É ótimo o estado de saúde da recém-nascida, encontrada na lixeira nua, toda ensanguentada, porém com vida, às 6h30 da manhã desta sexta-feira (22), em Rio Branco, uma cidade pequena, com cerca de seis mil habitantes, na região Sudoeste de Mato Grosso.
A menina nasceu de parto normal na madrugada desta sexta, minutos antes de ser encontrada, por isso ainda estava com cordão umbilical preso em si. O Hospital Municipal de Rio Branco, onde ela está internada em observação, informa que ela pesa dois quilos e 630 gramas e mede 47 centímetros. Tamanho de um bebê saudável, comenta a assistente social Lucimar Justino dos Reis, do abrigo de crianças abandonadas local, para onde a recém-nascida vai assim que tiver alta.
A médica que atendeu a menina, conforme informações do hospital, adiantou que ela terá alta assim que sair o exame de sangue, com detalhes mais precisos sobre o estado de saúde dela.
A primeira-dama de Rio Branco, Fátima Xavier, está acompanhando o caso e conta que o bebê está mamando bem, leite artificial, na mamadeira.
Mães da sociedade local e até de cidades próximas, como Salto do Céu, já doaram fraldas descartáveis e roupinhas, uma vez que a recém-nascida foi deixada sem nada no lixo.
Conforme a primeira-dama, uma viúva, idosa, que acorda bem cedo, saiu para colocar o lixo para fora de uma casa em uma rua central da cidade e viu a criança encolhida, quietinha, tremendo de frio e avisou às autoridades.
Segundo ela, há suspeitas de que a mãe seja uma menor de idade, casada e que já tem dois filhos.
O delegado titular de Rio Branco, Carlos Augusto Bock, informa, através da Assessoria de Imprensa, que, desde o registro da ocorrência, as investigações para achar esta moça já começaram. Eles foram à casa dela, mas não a encontraram. Se as suspeitas se confirmarem, ela deve responder por abandono de recém-nascido ou incapaz, crime previsto no Código Penal.
Conforme o delegado, a cidade é pequena e muitas pessoas estão falando que ela estava grávida, mas não queria a criança.
A primeira-dama diz que, neste caso, o abrigo poderia ser acionado e que não era necessário deixar o bebê ao relento, o que poderia ter colocado a vida da criança em risco.
No campo jurídico, a Comarca de Rio Branco vai tratar do caso. Não achando a mãe e nem parentes, será destituído o pátrio poder, ou seja, a responsabilidade dos pais biológicos sobre esta criança, que então será colocada à disposição de pais adotantes inscritos na fila nacional de espera.