Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Até dia 26, tem a Festa do Congo em Vila Bela
Por Patrícia Neves
20/07/2015 - 09:34

Foto: ilustrativa
Vila Bela da Santíssima Trindade (530 km distante de Cuiabá) está em festa por conta de mais uma edição das celebrações em homenagem ao Divino Espírito Santo e São Benedito. A Festança começou no dia 15 de julho e vai até o dia 26 com uma extensa programação que inclui rezas, missas, levantamento de mastro, música e dança. 

Segundo a assessoria da Secretaria de Estado de Cultura (Secel), nesta segunda-feira, 20, acontecem as tradicionais apresentações das Danças do Congo e do Chorado, manifestações culturais centenárias que traduzem a forte ligação de um povo com a cultura ancestral herdada dos escravos. A Festança de Vila Bela tem apoio da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel).

Primeira capital de Mato Grosso, o município possui um inestimável valor histórico para o estado, tanto por conta das fortes expressões culturais quanto por estarem localizadas lá as ruínas da antiga Catedral, símbolo maior da cidade. Isso sem falar no Canjinjin, bebida típica produzida à base de mel, canela e ervas aromáticas, preparada apenas por mulheres, que já entrou para o rol dos itens típicos da gastronomia mato-grossense.

A Festança de Vila Bela ocorre há mais de dois séculos e é dividida em duas partes. A primeira é a preparação, que inclui reza, folia e levantamento de mastro. A segunda é a comemoração, com missa, almoço, jantar e apresentações culturais.

Danças

A Dança do Congo representa a resistência dos negros que continuaram na região após a transferência da capital do Estado para Cuiabá, em 1835. É a dramatização de uma luta simbólica travada entre dois reinados africanos. O Embaixador de um reino pede ao Rei do Congo a mão de sua filha em casamento. O Rei rejeita o pedido por desconfiar que o Embaixador iria trair o reinado após o casamento e tomaria o poder. É declarada a guerra, encenada por meio das coreografias. Roupas coloridas como mantos, coroas, bastões e espadas ornamentados fazem parte do figurino tradicional e também homenageiam os santos louvados.

A Dança do Chorado surgiu no período colonial, quando escravos fugitivos ou transgressores eram aprisionados e castigados pelos seus senhores. As negras escravas dançavam o Chorado para pedir perdão e liberdade aos seus familiares, equilibrando garrafas de Canjinjim na cabeça.

 

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