Mais de um mês após o Ministério Público Federal solicitar ao ministro da Justiça José Eduardo Cardozo o envio da Força Nacional ou Exército para nova operação de desocupação e proibição de acesso à área do garimpo ilegal em Pontes e Lacerda (a 442,1 km de Cuiabá), o pedido segue sem resposta. Segundo o delegado da Polícia Civil do município, Luiz Felipe Nascimento de Leoni, houve um “aumento considerável” nos índices de criminalidade após a primeira desintrusão do garimpo, realizada em 10 de novembro.

O município, já sofre por ser rota do tráfico, em razão de estar localizado próximo a região de fronteira do Estado com a Bolívia. Com a notícia sobre o garimpo, que circulou pelas redes sociais, cerca de 5 mil garimpeiros chegaram ao local entre agosto e outubro.

No entanto, junto com os garimpeiros chegaram pessoas interessadas no ouro extraído por eles, comenta o delegado. “Houve um aumento da criminalidade, principalmente de roubos e furtos. Acredito que seja uma consequência direta dessa busca pelo ouro. Aumentou consideravelmente o número de ocorrências e os índices continuam elevados”, revela o delegado em entrevista ao Rdnews.

O delegado regional Vitor Chaves, por sua vez, diz que há um temor quanto ao que acontecerá após a segunda desintrusão, diante do que vem acontecendo na cidade. “Temos uma preocupação quanto ao aumento da criminalidade. Se isso não for resolvido com a desintrusao vamos solicitar reforço no efetivo”, comenta. Contudo, Chaves avalia que a medida pode não ser possível, pois nesse período de fim de ano os reforços estão concentrados na Baixada Cuiabana.

Morte

Neste domingo, um rapaz foi linchado após atirar contra um adolescente, no garimpo. O autor do disparo chegou a ser socorrido, mas não resistiu. O adolescente passou por cirurgia, mas sobreviveu. As investigações para localizar os suspeitos do linchamento tiveram início nesta segunda (14). De acordo com Leoni, “há uma máxima no garimpo onde ninguém viu nem ouviu nada” e isso tem atrapalhado a polícia.