A Polícia Civil informou que está enfrentando dificuldades para investigar a morte do rapaz de 25 anos, que foi linchado na região do garimpo ilegal, conhecido como Serra do Caldeirão, no município de Pontes e Lacerda .
O linchamento aconteceu no domingo (13), após Rodrigo de Souza Barbosa, de 25 anos, ter disparado contra um adolescente de 13 anos, que estava no local.
Conforme o Boletim de Ocorrências, o tiro, que atingiu a testa do menor de idade, foi acidental.
O inquérito policial sobre o crime foi instaurado e as investigações tiveram início.
Uma equipe da Polícia Civil foi até o garimpo para obter mais informações, porém encontrou dificuldades para conduzir o caso.
Segundo os agentes, no local impera a “lei do silêncio” e as pessoas não quiseram comentar sobre a situação.
De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil, as pessoas que estão no garimpo teriam medo de sofrer represálias, caso passem informações sobre o linchamento.
Apesar das dificuldades, as investigações sobre o caso continuarão.
O principal objetivo do inquérito policial é identificar as pessoas que participaram das agressões que culminaram na morte de Rodrigo Barbosa.
A Polícia Militar informou que, no domingo, logo que uma equipe de militares chegou ao local para atender a ocorrência do linchamento, os garimpeiros, que estavam agredindo o rapaz, fugiram.
Eles correram para uma região de matagal, nas proximidades.
Pelo fato de ser noite, o local para onde os agressores fugiram estava escuro e de difícil acesso.
O corpo do homem permaneceu em uma estrada próxima ao garimpo ilegal, onde as agressões estavam sendo praticadas.
Estado grave
O adolescente atingido pelo disparo da arma do rapaz foi encaminhado para o Hospital de Cáceres (a 150 km de Pontes e Lacerda).
O jovem, de 13 anos, permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), segundo informou a unidade médica.
"Febre do ouro"
A corrida pelo ouro em Pontes e Lacerda começou em 12 de outubro passado.
À época, cerca de 600 pessoas invadiram a área, após a divulgação de que uma grande quantidade de ouro foi encontrada.
A disseminação de fotos e vídeos (muitos frutos de montagens falsas) nas redes sociais colaborou para intensificar a invasão ao local, que chegou a receber mais de cinco mil pessoas.
A desocupação do local atendeu a uma decisão do juiz federal Francisco Antônio de Moura Júnior, da 1ª Vara da Subseção de Cáceres, proferida no dia 19 de outubro.
O local foi esvaziado durante a operação “Terra do Nunca”, da Polícia Federal, que desocupou a área no dia 10 de novembro
Após o local ser completamente esvaziado, garimpeiros retornaram à região no início de dezembro. Em 8 de dezembro, a estimativa era de que mais de mil pessoas haviam retornado ao garimpo ilegal.