Policiais do Grupo Especial de Fronteira, o Gefron, estão agora em San Matias, a 80 km de Cáceres, para resgatar os restos mortais dos brasileiros Jeferson Castro de Lima e Rafael Max Dias, que foram tomados a força das mãos de policiais bolivianos e queimados vivos na noite da última terça-feira. O fato ocorreu a cinco metros do posto policial de San Matias, cidade fronteiriça que tem 12 mil habitantes e apenas dez policiais. Os corpos foram sepultados devido a forte temperatura, mas serão desenterrados e os restos mortais de ambos, que residiam em Várzea Grande, serão entregues aos familiares, para sepultamento. Os brasileiros, segundo informações da imprensa e da polícia boliviana, levaram duas motos roubadas para vender em San Matias, e comemoravam a venda com cinco bolivianos, quando se desentenderam. A dupla matou três bolivianos e feriu dois. Presos pela polícia, eles foram alvo da fúria de uma multidão de cerca de 300 pessoas. Foram espancados e tiveram os corpos molhados por gasolina, morrendo queimados. Os corpos serão levados para o IML de Cuiabá. Rafael tinha 27 anos e Jeferson, ee. Rafael era companheiro da mãe de Jeferson. As famílias sabiam que ambos estavam envolvidos com crimes, e sabiam do risco que corriam em morrer de forma violenta, assassinados, mas não esperavam que tivessem um fim tão cruel: queimados vivos. Dois policiais federais estão em San Matias desde ontem, apurando as circunstâncias das mortes.O fato foi noticiado pela imprensa do mundo todo. Ontem, técnicos do IML de Cáceres já haviam ido a San Matias para buscar os restos mortais dos brasileiros, mas foram impedidos deentrar no país. A polícia boliviana afirmou, na ocasião, que os corpos já estavam sepultados e que seria necessário um documento para o processo de devolução. A Polícia Federal e um funcionário do Itamaraty foram a San Matias para resolver a questão.