Para Wancley, o acesso pelo Pacífico é a saída para o crescimento econômico e a solução para a segurança na faixa de fronteira
Na avaliação do deputado Wancley Carvalho (PV) a Caravana da Integração, que percorreu países da América do Sul, potencializa a abertura de novos acordos comerciais, promove o desenvolvimento regional, abre caminhos para o intercâmbio cultural e turístico, além de fortalecer a segurança na fronteira.
O parlamentar elogiou a iniciativa do governador Pedro Taques (PSDB) que, por seis dias, liderou a comitiva que percorreu a Bolívia, Chile e Peru para garantir o escoamento da produção pelo Oceano Pacífico, e ainda abrir novo caminho para o mercado asiático.
"Por muitas vezes, quando fala-se de fronteira, lembra-se apenas dos problemas, e não das oportunidades. A partir do momento em que os nossos limites geográficos recebem atenção, as possibilidades são infinitas", pontuou Wancley na tribuna da Assembleia Legislativa.
Ainda segundo o deputado, que representa a região oeste no parlamento, "o olhar diferenciado para a fronteira a transforma em solução. Uma vez que ao torna-se rota de escoamento, temos o fomento de novas produções, desenvolvimento de locais esquecidos. Com isso, geramos economia local e mais oportunidades para a população, sobretudo aos jovens que, por falta de opção, acabam sendo vítimas do narcotráfico, e cooptados pelo crime", defendeu.
Outro ponto destacado pelo deputado, são as possibilidades que se abrem para o fortalecimento turístico e intercâmbio cultural entre os países. "Interligar os países Andinos ao Pantanal é também uma meta dessa aproximação com nossos irmãos e vizinhos", afirmou.
Para Wancley, o problema econômico enfrentado pelo país e, consequentemente por Mato Grosso, tem o caminho para a solução revelado: " nossa saída para a crise é pelo Pacífico; o acesso ao mercado asiático também é por lá. Vejam, lideramos na produção de proteína vegetal e animal, porém nosso mercado é limitado; fazemos divisa com um grande mercado consumidor."
Com a possibilidade de saída pelo Pacífico, a China, por exemplo, que consome 56% da produção de Mato Grosso, fica cada vez mais acessível. "Temos mais oferta de mercadoria, redução nos custos de transporte, cumprimento de prazos, preços competitivos, eficiência em processos de importação e exportação, aumento no valor agregado, e tantos outros benefícios", salientou.
Segurança - Por ser profissional da segurança pública, durante o percurso que acompanhou a caravana, Wancley chamou a atenção quanto a situação do narcotráfico na fronteira. Em visita recente a região, o deputado recordou que foi abordado por "um pai de família que solicitou ajuda para conseguir um emprego para o filho, com medo de perdê-lo para o tráfico de drogas, que é intenso na região".
O parlamentar, que atuou como policial civil por oito anos na região de fronteira, traçou um breve diagnóstico da situação. "Hoje, para os jovens da fronteira, não existem perspectivas de futuro, já que a região é extremamente carente. Aproveitando-se disso, os traficantes aliciam a população local: o final dessa história sempre é trágico, infelizmente", concluiu.
MT-473 - O acesso ao Pacífico pela fronteira de Cáceres é fundamental para integração comercial sul-americana por meio da Zona de Processamento de Exportação (ZPE). Além dessa rota, Wancley pontuou a possibilidade de abrir caminho pela MT-473, conhecida como estrada do Matão.
"A MT-473, que passa por Pontes e Lacerda e Vila Bela, ligando à Rodovia 10, em San Matias, na Bolívia é também uma alternativa. Próxima a BR-174, que liga o estado à Zona Franca de Manaus, o trajeto também é menor para os municípios produtores do médio-norte. Além disso, na rodovia estadual, é necessário a abertura de estrada de apenas 15 km, para ligar a região do 'Trevo do Subacão' à Bolívia, e assim seguir para o Pacífico", concluiu.