Os bandidos usam informações de pessoas internadas ou em tratamento de doenças graves para tirar dinheiro das famílias.
É o tipo de golpe em que os bandidos se aproveitam de um momento de extrema fragilidade de pessoas que estão enfrentando um problema de saúde grave de alguém da família. Pelos registros de ocorrência, no Rio de Janeiro já aconteceram casos com pacientes de um hospital da zona oeste e em outros das zonas norte e sul da cidade.
O número de pessoas que receberam um telefonema desses pode ser bem maior, porque quando não é feito o depósito, a polícia não reconhece como crime.
A Polícia Civil do Pará prendeu uma quadrilha que aplicava o golpe em sete estados. Os bandidos ligavam para hospitais particulares se passando por médicos e conseguiam com os enfermeiros o prontuário dos pacientes internados na UTI e os telefones dos acompanhantes.
Os falsos médicos faziam as ligações usando celulares dentro da Penitenciária Mata Grande, em Rondonópolis, Mato Grosso. O Jornal Hoje teve acesso, com exclusividade, às gravações da quadrilha feitas com autorização da Justiça.
Em uma das conversas, o falso médico liga para a irmã de uma paciente sugerindo exames de última geração. Em outra gravação, o falso médico pressiona a vítima a fazer o pagamento.
Três vítimas de Belém chegaram a depositar R$ 2 mil na conta do falso médico.
Os hospitais espalharam cartazes alertando sobre o golpe depois que parentes de pessoas internadas chegaram a pagar até mesmo por procedimentos feitos pelo SUS e que são de graça.
O delegado da Polícia Federal, César Carrion, que está apurando os casos no Rio Grande do Sul, suspeita da participação de funcionários dos hospitais, porque os bandidos têm acesso a todos os dados dos pacientes.