Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Chefões poderosos X povo desdentado
Por por Ricardo Vanini
11/09/2012 - 13:35

Depois dos últimos acontecimentos envolvendo a campanha eleitoral e, lendo alguns artigos publicados na mídia cacerense, resolvi me manifestar. Confesso que pensei, relutei, medi, avaliei, chegando à conclusão que, como cidadão partícipe, exporia meu juízo de valor acerca do tema. Afinal, vivemos num Estado Democrático de Direito, conquistado às duras penas, com sangue e mortes de pessoas, verdadeiros heróis desta Nação, me credenciando e obrigando a manifestar sob pena da omissão covarde. Já vou logo avisando que possíveis erros gramaticais ocorrerão, ou já ocorreram na introdução, porém, tenho a certeza de que me farei entendido sem acorrer ao “pai dos burros” Aurélio, ou mesmo ao Bechara. Tanta coisa foi falada apelando para um falso moralismo com todos os canhões apontados para um certo candidato à Prefeito. Coronelismo, cacerência, pai deste, irmão daquele, casado com tal, Deputado Federal, Senador, Vice-Governador, aventureiro, oportunista, calúnia, PROPOSTA, PLANO DE GOVERNO, pseudo líder, ex-correligionário, caterva, trabalho gratuito, joio, trigo, verdade, espírito puro, derrota até para vereador, pão e circo, ZPE, HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ, ferir de morte, honra, dignidade, amor fraterno, covardes e levianos, fincar raízes, déspotas, e, pasme senhores “... criar condições para que todos possam se tornar herdeiros deste MANANCIAL DE CIDADANIA”. Como podem perceber pelas palavras acima descritas, o bombardeio foi grande. Falou-se em tudo. Em honra ferida, orgulho, grandes projetos, família tradicional, CIDADANIA e etc, mas ... o que estaria acontecendo com parte da tradicional família cacerense? Por quê tanto alvoroço? Os Castelhanos estariam invadindo a capital Lusa Vila Bela da Santíssima Trindade? Os Paraguaios pararam nas tapagens matando seus guias? A Coluna Prestes estaria voltando? O Etrúria foi à deriva? A Casa Dulce do Anjo da Ventura quebrou? Os Chiquitanos resolveram fazer uma revolução e tomar o que lhes pertence de direito? A nave principal da Catedral São Luiz caiu? Os LATIFÚNDIOS (que o MDB de Ulisses Guimarães tanto combateu) concentradores de riqueza foram invadidos pelo MST? Não, realmente nada disso está acontecendo. Talvez o que esteja no ar, ou em pleno vôo como um míssil que fatalmente atingirá seu alvo, seja o desejo de mudança de um “povo ordeiro e trabalhador”, ou bonzinho. Ah, quero dizer que também sou integrante da parte proletária da “família cacerense”, afinal Francesco Vanini, italiano de nascimento e pedreiro por profissão, o bivô, também foi um AVENTUREIRO que aportou nestes rincões vindo pela Bacia do Prata, na segunda metade do século passado, aqui deixando um legado devidamente registrado na nossa história recente. Não vou entrar no mérito do achocalhado Plano de Governo ou Proposta, já tão bem conceituados. A impressão que se dá é que seja ou seria a coisa mais importante numa campanha política, onde apesar de todo o esforço da Justiça Eleitoral, ainda prevalece o devastador poder econômico. Ora senhores não sejamos HIPÓCRITAS, qualquer pessoa conhecedora de toda a composição do PSD, saberia o que realmente aconteceu. No fato acontecido na sala de Turismo do Campus Universitário “JANE VANINI”, brilhantemente desenvolvido pelo Prof. Dr. Paulo Alberto Santos Vieira, eu estava lá e ao perceber a presença de uma velha “companheira de guerra” acompanhada pela atual companheira de um “ex-tudo e ação nada”, se locomovendo entre os acadêmicos de Contábeis, premeditei o ato pernicioso. Para encerrar o assunto, a acadêmica na sua justificativa anterior à pergunta, disse haver pesquisado em todos os municípios brasileiros seu Plano de Governo. Se não me engano no Brasil atualmente são aproximadamente 5.000 (cinco mil) municípios. A bola está contigo caro leitor. Agora o que não posso concordar sob hipótese alguma enquanto cidadão cacerense, mato-grossense e brasileiro, é com a tentativa deliberada de discriminação sob todas as formas. A História diz que o Estado de Mato Grosso bem como seus municípios pioneiros, entre os quais Cáceres, fora ocupado pelas valentes Bandeiras feitas pelos “filhos de Sorocaba”, como Paschoal Moreira Cabral, os irmão Paes de Barros e tantos outros AVENTUREIROS que aqui aportaram, inicialmente à procura de índios e ouro, após desenhando o atual contorno geográfico do País e principiando todo esse movimento migratório e de conquistas, que perdura até a atualidade. Por outro lado a Constituição Federal , promulgada em 1988, entre os artigos 5º ao 17, estabelece direitos, garantias e deveres aos cidadãos da República Federativa do Brasil, entre os quais o de VOTAR E SER VOTADO, desde que cumpridas algumas exigências legais. Diante disso pode-se afirmar que são LEGÍTIMAS moral e legalmente as três candidaturas hoje postas ao cargo de Prefeito deste município, inclusive a do candidato que hoje lidera com folga as pesquisas eleitorais, fato este que parece incomodar algumas personalidades, estas sim pseudos líderes. Ora senhores cacerenses de nascimento ou por adoção, como falar em CIDADANIA quando aproximadamente 50.000 (cinqüenta mil) CACERENSES vivem abaixo da linha da miséria; como falar em CIDADANIA quando por absoluta falta de emprego, educação de qualidade, creches, habitação, saúde de qualidade, nossas crianças e jovens se enveredam no mundo das drogas, dilacerando e mutilando suas vidas, principalmente de seus familiares que morrem juntos; como falar em CIDADANIA, se a auto-estima deste povo originário de Chiquitanos, italianos, espanhóis, portugueses, turcos, árabes, paulistas, mineiros, paranaenses, gaúchos, capixabas, goianos e etc, está abaixo do c.. do sapo, ao ver por anos, gerações, políticos, projetos faraônicos, venda de sonhos, patati, patatá.... sem que nada de fato aconteça; como falar em CIDADANIA, se não há distribuição de renda justa e igualitária, a concentração de riqueza na mão de um pequeno grupo; como falar em CIDADANIA, se já estamos na fase terminal do orgulho da nossa identidade cultural, cavalhadas, festas profanas e religiosas como o São Gonçalo, Cururu, Siriri, bolo de arroz, bagrada ensopada, nossos casarios sendo depredados e literalmente tombados; como falar em CIDADANIA, com centenas de quilômetros de vias urbanas e rurais esburacadas, alagadas ou empoeiradas, ás escuras, esgoto e lixão a céu aberto; como falar em CIDADANIA, se por absoluto desinteresse, sensibilidade, visão estratégica ou seja qual for o motivo, desrespeitamos nosso maior patrimônio o Rio Paraguai, jogando em seu calmo e sinuoso leito todas as nossas “cácas”; enfim, como falar em CIDADANIA, se durante as últimas gerações elegemos políticos para os mais variados cargos, CACERENSES ou não, e a outrora VILA MARIA DO PARAGUAY, despencou vertiginosamente do topo da lista dos municípios mato-grossenses para hoje ser considerada bolsão de pobreza. O desejo de mudança está partindo do povo, que já não suporta mais levar vida de gado dos grandes LATIFÚNDIOS, “marcado e feliz”. Sonho junto com o povo (e sonho que se sonha junto vira realidade), ver um dos ideais da tia JANE VANINI, se refletirem na minha filha Jane Vanini, acadêmica de Agronomia da Unemat, que ao sair da Academia tenha OPORTUNIDADES de emprego, saúde, habitação, enfim uma vida digna que todos os CACERENSES almejam. EU VOU DAR A MINHA MÃO PARA O POVO. Ricardo Vanini – Bacharel em Turismo
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