A JBS/Friboi retomou as operações em 33 das 36 unidades de processamento de carne bovina que possui no país, sendo 11 delas em Mato Grosso. A retomada se dá após três dias seguidos de paralisação no processo de aquisição de gado e de abates. De acordo com a assessoria, as unidades voltaram a operar conforme o anunciado na semana passada, com redução de 35% de sua capacidade de produção.
Em conseqüência dessas decisões, a operação de abate nesse momento está restrita à movimentação de animais que já estavam nas escalas das unidades. Ou seja, a volta das atividades das plantas frigoríficas ainda não movimentou o mercado como esperavam os pecuaristas, já que multinacional brasileira, que é uma das maiores companhias de alimentos do mundo, não deu início às compras de gado e segue ‘com seus estoques’. As estratégias recentemente adotadas pela JBS são reflexos diretos da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, deflagrada em 17 de março e que acabou resultando na redução da demanda por carne, principalmente pelo bloqueio das exportações.
Em razão desse novo cenário e das incertezas em relação às demandas e aos estoques que existem, a companhia avalia a retomada da capacidade produtiva, após o fim dos bloqueios temporários de importantes importadores como China, Chile, Egito e Hong Kong.
Conforme nota emitida pela JBS, com a suspensão do embargo de Hong Kong anunciado ontem, a empresa "continua aguardando a definição de outro importante mercados, a União Europeia".
Conforme balanço realizado pelo Diário na última sexta-feira, quando comparou os preços da arroba do boi à vista cotados nas oito principais praças do Estado, no dia 16, um antes da deflagração da Operação Carne Fraca, ante valores do fechamento do dia 24 uma semana após a Operação, a desvalorização chegou a quase R$ 5 e foi percebida em todas as cidades. No dia 16, por exemplo, na variação diária do mercado, quatro cidades (Matupá, Juara, Vila Rica e Rondonópolis) haviam fechado o dia com leve retração. No dia 24, as oito cidades fecharam com quedas de até 2,99% de um dia para o outro.
A maior preocupação dos pecuaristas mato-grossenses é que o excesso de animais prontos para o abate inche o mercado e pressione cada vez mais o valor da arroba para baixo.