A Corregedoria da Polícia Civil vai abrir um inquérito para apurar a conduta do investigador de Cáceres (217 km de Cuiabá) que registrou um boletim de ocorrência no qual o denunciante se dizia “corno” e cobrava providências contra a sua companheira.

O caso ganhou repercussão nacional quando veio a público no dia 18 de julho, mas foi confeccionado no dia 5 do mesmo mês.

O boletim continha termos não usuais em documentos deste tipo, como “cochar” e “levar chifre da esposa morena, bonita e gostosa”.

Conforme informou a assessoria da Polícia Civil, o homem fez questão que fosse reproduzido assim.

A assessoria da Polícia Civil confirmou que a delegada de Cáceres, Cinthia Gomes da Rocha Cupido, encaminhou o caso à Corregedoria para analisar os termos utilizados, que não seriam "próprios" para um documento público.

Entretanto, a delegada ainda afirma que devido à repercussão do caso do “corno de Mato Grosso”, o homem passou a ameaçar a mulher de morte. A prioridade da Polícia Civil agora é evitar uma trágedia.

O homem foi ouvido na delegacia, e reafirmou tudo o que disse quando registrou o B.O. (nota do Diário de Cáceres)

O caso

Um homem de 50 anos procurou a Polícia Civil para denunciar, de maneira inusitada, a própria esposa. Ele afirmou estar sendo traído pela mulher, constantemente, inclusive dentro de sua residência, na sua presença.

Ele conta que, assim que conheceu a mulher, logo a levou para sua casa. No entanto, depois de alguns dias, ela apareceu com um homem no local e manteve relações na sua frente, obrigando-o a ficar olhando.

À Polícia Civil, o homem ainda relatou que, para tentar acabar com a traição, furou o pneu de sua bicicleta para “evitar ela colocar chifre” em sua cabeça.

“Que o comunicante assume que é corno dos grandes e para não ter mais problema com a morena bonita, quer providência da autoridade policial; que acrescenta que o chifre está doendo em sua cabeça”, diz trecho do boletim de ocorrência.