MP recorreu da decisão da juíza Selma Arruda e pediu novamente a prisão da tenente do Corpo de Bombeiros Izadora Ledur
O Ministério Público Estadual (MP) recorreu da decisão da juíza da 7ª Criminal de Cuiabá, Selma Arruda, e pediu novamente a prisão da tenente do Corpo de Bombeiros (CB), Izadora Ledur, acusada pelo crime de tortura que resultou na morte do aluno Rodrigo Claro, 21 anos, em 15 de novembro de 2016.
A magistrada indeferiu o pedido de prisão contra a tenente feito pelo MP na denúncia aceita pela Justiça, na última semana. Na ocasião, ela determinou apenas que Ledur fosse monitorada por uma tornozeleira eletrônica. Além de Ledur, também foram denunciados os militares Marcelo Augusto Revéles Carvalho, Thales Emmanuel da Silva Pereira, Diones Nunes Sirqueira, Francisco Alves de Barros e Eneas de Oliveira Xavier. No entanto, somente ela foi alvo do pedido de prisão.
A oficial é apontada como a responsável pela morte do aspirante Rodrigo Claro, que não resistiu a um intenso treinamento. A denúncia, encaminhada pelo promotor Sérgio Silva da Costa, é relatado que, apesar de apresentar excelente condicionamento físico, o aluno demonstrou dificuldades para desenvolver atividades como flutuação, nado livre, entre outros exercícios.
Outro apontamento é que embora tenha chamado a atenção de todos, os responsáveis pelo treinamento não só ignoraram a situação como se utilizaram de métodos considerados reprováveis, tanto pela corporação militar, quanto pela sociedade civil, para “castigar” os alunos do curso que estavam sob sua guarda.
Os depoimentos colhidos durante a investigação demonstram que o aluno foi submetido a "intenso sofrimento físico e mental com uso de violência". A atitude teria sido a forma utilizada pela militar para punir o aluno, que teria apresentado mau desempenho nas atividades dentro da água.
Ao aceitar a denúncia do MPE contra Ledur, a juíza não acolheu pedido para decretar prisão preventiva da oficial. Porém, estipulou medidas cautelares, entre elas a utilização de monitoramento eletrônico. Mas, o promotor Sérgio Silva da Costa recorreu da decisão. Agora, o pedido foi encaminhado à juíza Selma Arruda, que deverá remeter os autos ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Desde a morte de Rodrigo Claro, a tenente apresentou várias licenças para tratamento de saúde. Ao todo, foram quatro licenças obtidas somente neste ano.