II Conferência Regional de Promoção da Igualdade Racial reúne mais de 500 participantes
Marcada pela resistência às recentes perdas de direitos, a II Conferência Regional de Promoção da Igualdade Racial, realizada em conjunto com a IV Conferência Municipal, conseguiu reunir mais de 500 participantes, entre lideranças dos movimentos culturais e religiosos de origem africana e indígena, além de militantes de diversas classes.
No dia 29.09, a abertura foi realizada no Espaço Casa Mia, e contou com apresentações culturais e religiosas. Durante a abertura, os participantes destacaram a importância de efetivação de políticas públicas de inserção social e participação dos grupos na política.
No dia 30, os grupos de trabalho formalizaram propostas e elegeram delegados para a Conferência Estadual. Durante o sábado a conferência realizou-se nas dependência do Instituto Santa Maria.
Para o vereador Cézare Pastorello – PSDB, que participou do evento, a Igualdade Racial ainda está longe de ser alcançada. "É preciso muita luta, muita efetivação de direitos constitucionais. Ainda que tenhamos superado a questão da discriminação institucional, após a Constituição de 1988, ainda não temos efeitos na prática. Vejam o número de juízes e políticos negros. Dos 513 deputados federais, apenas 4 são negros e 15 se declaram pardos. Ou seja, não corresponde a uma maioria populacional de negros e pardos que temos no país", afirma Pastorello.
Se considerarmos a falta de efetivação dos direitos da mulher negra, o abismo entre o que a Constituição garante e o que existe é maior ainda. As mulheres negras recebem, em média, 60% do salário de um homem branco, nas mesmas profissões.
Da Conferência, o coletivo organizador retomará os trabalhos para a criação do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial.
"A construção do COMPIR é um trabalho coletivo. Eu, como vereador, sou apenas um instrumento para positivar o que for elaborado, e, posteriormente, para cobrar e fiscalizar as políticas de garantia de direitos. Uma sociedade com igualdade de direitos e equidade de oportunidades é o mínimo que precisamos para ter um desenvolvimento social compatível com o desenvolvimento econômico que tantos procuram." Finaliza o vereador.
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