A administração municipal sinaliza com a possibilidade de assumir a direção do Hospital O Bom Samaritano, em Cáceres. Referência regional no tratamento de doenças tropicais – hanseníase, tuberculose e leishmaniose – O Bom Samaritano está fechado há mais de quatro meses por falta de recursos, porque o governo do Estado, não renovou o convênio com a direção da entidade.
Em reuniu com a diretoria na quinta-feira (30/11), o prefeito Francis Maris Cruz, solicitou um levantamento minucioso dos débitos que o hospital tem com funcionários e fornecedores e o crédito com o governo do Estado, através da Secretaria de Saúde. O que ficou de ser entregue pelo gerencia administrativa da entidade até na sexta-feira (1/12).
O ponto de discórdia entre a administração e a direção é o pagamento dos direitos trabalhistas dos 20 funcionários e a gestão hospitalar. O prefeito disse que não poderia arcar com “passivo” financeiro sob pena de ser responsabilizado pelo Ministério Público, por uma despesa que não é da competência da prefeitura.
“A prefeitura não pode se responsabilizar por uma dívida que não é sua. Fazendo isso o prefeito, certamente, será acionando pelo Ministério Público” disse argumentando que a administração só poderá assumir após essa situação estar legalizada. E, que, além disso, sendo concretizada a proposta, a prefeitura irá gerir a entidade, com diretor e equipe de funcionários, próprios.
Atual presidente, Jeferson dos Santos, demonstrou contrariedade, sugerindo que a prefeitura poderá assumir, fazer os repasses correspondentes e a entidade fará a prestação de contas. O que, não foi aceito pelo prefeito, que só pretende “fechar acordo” após entendimentos jurídicos e a presença de um representante do Ministério Público.
Francis sugere para, após a quitação dos salários atrasados e dos débitos com fornecedores, realizar campanhas junto a população para arrecadar recursos para o acerto dos direitos trabalhistas dos funcionários.
Gerente Administrativo, Ronaldo Bartolomeu Paulino, informou que entregaria toda documentação sobre o ativo e passivo do hospital até na sexta-feira, mas adiantou que a dívida com funcionários e fornecedores, aproxima R$ 500 mil e que, se o hospital receber todo pendente que tem o Estado, o recurso deverá ser suficiente para quitar os débitos.
Responsável pelo programa de hanseníase e leishmaniose do ambulatório do hospital, mantido pela prefeitura, Rose Margarete Costa revelou que existem, atualmente, em tratamento 41 pacientes portadores de leishmaniose, 35 de tuberculose e26 de hanseníase. Explica que, os casos só não mais porque, a maioria dos portadores desse tipo de doença não tem procurado o ambulatório acreditando que também está fechado, como o hospital.
Os diretores afirmam que os funcionários estão com os salários atrasados desde o mês de maio e o hospital tem despesas de água, luz e energia, todas atrasadas. Além do prefeito, a reunião contou com a presença da vice-prefeita, Eliane Liberato Dias e o secretário de Saúde, Roger Alessandro Pereira.