Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp), apontam que houve um aumento de 11% nos casos de violência contra a mulher em Mato Grosso.
Conforme o balanço, 34.128 mulheres foram vítimas de violência em apenas 10 meses, o que significa que 113 casos foram contabilizados por dia em todo o Estado. A estimativa foi comparada de janeiro a outubro de 2017 com o mesmo período de 2016.
Já em 2016, 30.692 mulheres sofreram algum tipo de violência.
No entanto, apesar da violência contra as mulheres terem aumentado, o feminicídio (quando há intenção de matar), apresentou uma redução. De janeiro a outubro do ano passado, 62 mulheres foram assassinadas em Mato Grosso. Os números representam 12 casos a menos que o mesmo período de 2016, quando foram contabilizados 74 homicídios.
Mas, em contrapartida, nos seis primeiros meses de 2017, 33 mulheres foram estupradas, somente em Cuiabá. Os dados também são da Sesp e essa prática de crime chamou atenção das autoridades, já que houve um aumento expressivo de 94% se comparado com o ano de 2016, em que houve 17 estupros.
Já em Mato Grosso, o primeiro semestre de 2016 teve 104 estupros contra 125 deste ano, de janeiro a junho. O balanço também aponta um aumento de 20% da violência sexual.
Para a defensora pública, Rosana Leite, apesar das estatísticas da Sesp mostrarem um aumento significativo dos casos, os números de estupros são os mais subnotificados do mundo, pois as vítimas sentem vergonha ou até mesmo acabam se sentindo culpadas por tabu.
Uma pesquisa divulgada há um ano pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), afirmou que os casos mensurados representam apenas 10% dos crimes. E, agora a realidade também não é diferente.
“A violência sempre ouve só que por medo ou vergonha a mulher nunca quis se expor. No entanto, vejo que esses dados são positivos porque as mulheres estão se sentindo mais segura e como sabem que podem contar com a Justiça elas acabam denunciando os suspeitos por acreditarem nas forças policiais”, afirmou à defensora ao DIÁRIO.
Voltando em novembro do ano passado, por exemplo, dois casos de feminicídio ganharam repercussão. Em Novo São Joaquim, distante a 485 quilômetros de Cuiabá, um homem atirou na cabeça da ex-mulher e logo depois tentou se matar no meio da rua, mas a polícia acabou chegando antes e o homem foi preso em flagrante.
Já em Araputanga, distante a 345 quilômetros da Capital, Rita Jorge da Silva, 34 anos, foi morta com vários tiros na frente da mãe, de 73 anos, e de uma irmã.
As investigações da Polícia Civil demonstrou que em todos os casos os criminosos não aceitaram o fim do relacionamento e decidiram tirar a vida das ex-companheiras.