O ex-deputado estadual Antônio Azambuja (PP) permaneceu em silêncio, durante depoimento na Polícia Federal, ao ser questionado sobre o vídeo onde aparece recebendo maços de dinheiro através de Silvio Cezar Correa, ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa. Azambuja foi um dos deputados gravados por Silvio Cezar recebendo R$ 50 mil que seria de propina do programa MT Integrado, segundo a colaboração premiada do ex-governador Silval Barbosa e seu ex-chefe de gabinete.
O ex-parlamentar respondeu a algumas perguntas feitas pela PF, mas permaneceu calado ao ser questionado sobre o vídeo e o dinheiro. “Ao ser questionado qual foi a quantia de dinheiro recebida de Silvio Cesar Correa Araújo, manifesta o direito constitucional de permanecer calado; ao ser questionado a respeito do vídeo gravado por Silvio Cesar Correa Araújo, chefe de gabinete do ex-governador Silval Da Cunha Barbosa, onde o declarante aparece recebendo maços de dinheiro, manifesta o direito constitucional de permanecer calado”, aponta o inquérito da PF.
Ao ser questionado se na época do vídeo ele estava no cargo de deputado estadual, ele destacou que não se recordava, já que exerceu por aproximadamente por um ano o cargo de secretário de Estado de Esportes e também disse não lembrar qual foi o suplente que assumiu o mandato em seu lugar. No entanto, ele também negou que recebesse qualquer tipo de mensalinho por parte do ex-governador. “Nega ter recebido, em razão do exercício do mandato parlamentar, vantagem indevida consistente no pagamento de mensalinho pelo ex-governador Silval da Cunha Barbosa, mas manifesta seu direito de permanecer calado a respeito do recebimento do dinheiro; ao ser perguntado ser celebrou algum tipo de negócio com Silvio Cesar Correa Araújo que pudesse resultar no recebimento e valores, afirma que não; não sabe dizer qual a origem do dinheiro que lhe foi entregue por Silvio Cesar Correa Araújo”, afirmou.
Além de Azambuja, outros políticos foram gravados pelo ex-chefe de gabinete. Após ficarem presos por cerca de dois anos, Silval e Sílvio hoje cumprem prisão domiciliar após fecharem acordo de colaboração premiada em que devolveram cerca de R$ 80 milhões.
Nas imagens do vídeo, Azambuja aparece contando o dinheiro recebido de Silval. Ele coloca o dinheiro numa pasta e também coloca o dinheiro nos bolsos do paletó.