Duas mil e quinhentas pessoas foram notificadas, nos últimos três anos, por fraude no sistema de abastecimento de água, em Cáceres. São 2,83 casos de roubo de água por dia. Além de crime ambiental e danos ao patrimônio público, a violação do sistema com roubos, vazamentos na tubulação e ligações clandestinas na rede, gera um prejuízo estimado de R$ 150 mil mensal ou R$ 1,8 milhão anual a autarquia Águas do Pantanal, responsável pelo sistema de abastecimento no município.
Levando em conta a capacidade de produção da Estação de Tratamento (ETA) de 1.200 metros cúbicos de água por hora – equivalente a um milhão e duzentos mil litros/hora ou 28,8 milhões/dia, a perda total da água coletada e tratada por dia chega a 17 milhões de litros, cerca de 60% da produção. É o que informa o diretor-executivo da autarquia engenheiro Paulo Donizete Costa ao afirmar que, a maioria das fraudes no sistema são notificadas e encaminhadas ao Centro Integrado de Segurança de Cáceres (CISC) para providências necessárias.
Um dos técnicos encarregado pela fiscalização informou que, roubam água pequenos e grandes consumidores. Revelou que um dos maiores “cabritos” foram descobertos no inicio deste. Diz que foi encontrada uma ligação clandestina que vinha funcionando desde 2013, há mais de 5 anos, abastecendo o Hotel Líder e uma vila de casas. O outro “gato” foi descoberto, segundo ele, no Lava-Jato Central e outro em uma vila de “casas chiques” na Rua São Pedro. Todos os proprietários foram autuados e multados.
O diretor Paulo Donizete diz que, na maioria dos casos, os fraudadores são reincidentes. E que, em dezenas de casos, os consumidores/ladrões já fora flagrados e notificado até quatro vezes e que, em outras dezenas, a reviolação da rede, ocorre no mesmo dia, em que os técnicos da empresa descobriram o “gato” e bloquearam o fornecimento.
“A maioria dos consumidores já notificados é reincidente. E o que mais chama a atenção e que, em dezenas casos os técnicos consertam de manhã e a tarde a pessoa já tornou a violar o sistema, num flagrante desrespeito a lei” diz o diretor acrescentando que a água cortada só é religada após o pagamento da multa que vária de R$ 354,00 até R$ 20 mil. Nos casos das fraudes, descobertas neste mês, envolvendo o Hotel Líder, o Lava Jato Central e a vila da rua São Pedro foram aplicadas multas de valores máximos.
Além dos danos ao patrimônio público e os prejuízos financeiros causados a autarquia, os consumidores que estão na legalidade, também são lesados, porque são eles quem pagam a conta dos fraudadores, razão pela qual, o diretor pede a população para que denunciem as irregulares. De acordo com a autarquia existem cadastrados 23.500 ligações, das quais 10 por centos são fraudadas.