Gesiane Buriola da Silva, de 32 anos, tenta levar uma vida normal, após ter as mãos decepadas pelo marido, com um facão, após uma discussão, em abril do ano passado, no município de Campo Novo do Parecis, a 397 km de Cuiabá. Na época, o marido alegou que estaria sendo traído e por isso teria agredido a mulher. Desde então, ele está preso na cadeia pública do município.
Varrer a casa, lavar louça, cuidar dos filhos, são atividades rotineiras com as quais Geisiane teve que se readaptar, após o crime.
Segundo a mãe dela, Maria Regian Buriola, sem as mãos, Geisiane tenta retomar os serviços domésticos, porém, apesar da boa recuperação da saúde, ainda enfrenta alguns acidentes ocasionados pela falta dos membros.
"Ela se corta com frequência, já queimou os braços várias vezes, porque ela quer ajudar nos trabalhos da casa, não quer ficar parada, mas ainda não se adpatou totalmente", contou.
Logo após o crime, Geisiane passou por um longo perído de tratamento e permaneceu mais de 20 dias internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Quando recebeu alta médica, ela colocou um prótese provisória, porém o material era muito rígido e o equipamente logo quebrou, foi levada para o conserto, mas quebrou novamente.
Agora, a família faz uma campanha para adquirir uma prótese mais adequada à situação dela, com material mais maleável, que permita a execução dos serviços domésticos.
"Essa prótese que ela precisa é cara e não temos condições de comprar, por isso estamos fazendo uma campanha", disse a mãe dela.
Por enquanto, a campanha está sendo feita em grupos de amigos e familiares.
Geisiane teve as duas mãos arrancadas com um facão pelo marido dela, em abril de 2017. À polícia, ele alegou que saiu para beber com os amigos e quando voltou, encontrou a mulher com outro homem, na sala da residência.
Com ciúmes, ele teria agredido a mulher, que tentou correr para a rua. Em seguida, pegou um facão e correu atrás dela. Ao tentar proteger o rosto com as mãos, elas foram cortadas.
As agressões só pararam quando os vizinhos interviram e seguraram o marido de Geisiane, que foi preso.
Ele também teria confessado que a intenção era matá-la.
As cenas daquele dia ainda muito presentes da mente de Geisiane, tanto, que ela tem medo que marido seja solto e vá atrás dela.
Jair da Costa está preso há mais de um ano, na cadeia pública do município. Ele responde por tentativa de feminicídio.