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MT tem 75 menores em instituições à espera de um lar
Por Jéssica Bachega
27/05/2019 - 12:33

juiz da Vara Especializada da Infância e Juventude, Túlio Alves de Souza.

 

 

Candidatos a adoção querem crianças de até 3 anos e completamente saudável. Esse perfil dificulta com que menores de mais idade sejam adotados, apesar das inúmeras campanhas de incentivo à adoção tardia, o cenário não tem evoluído. O “Adoção na Passarela”, que gerou repercussão negativa há uma semana, é mais uma das ações de dão visibilidade ao tema e ganhou grande repercussão negativa essa semana.

“O projeto tem por objetivo provocar a sensibilidade das pessoas e promover a inserção das crianças na sociedade, nos surpreendeu muito essa repercussão a partir de informações equivocadas”, informou o juiz da Vara Especializada da Infância e Juventude, Túlio Alves de Souza.

Conforme o magistrado, as 13 das 18 crianças que desfilaram no evento já foram adotadas e as demais têm padrinhos e são candidatas à adoção. Diferente do que foi divulgado de que todas eram órfãs. Além disso, o juiz pontua que não havia identificação daquelas que estavam aptas para receber um novo lar e as que já estavam em uma família.

O juiz pondera que a grande repercussão negativa do evento se deu por conta de interpretação errônea do fato, mas vê de forma positiva tudo o que houve. Veiculado até na mídia internacional, muito se tem falado sobre a adoção e esse é o objetivo do “passarela” e de tantas campanhas. “Queremos que as pessoas não se acomodem em criticar. Que tratem do tema, falem e que ele não caia no esquecimento. Críticas negativas podem desestimular pessoas que trabalham com isso”, frisa.

Túlio de Souza ressalta que o desfile teve autorização judicial e os juízes que o fizeram estão na magistratura há mais de 15 anos. “Tudo foi feito com muita responsabilidade. O evento foi organizado pela OAB e pela Ampara, que têm serviços relevantíssimos na área e reconhecidos nacionalmente. Se houvesse possibilidade de dano o evento não seria realizado”, esclarece.

Crianças de todas as idades estão nas instituições e, sem adoção, elas crescem no local, mas aos 18 anos precisão sair e a reinserção na sociedade representa um processo delicado. De acordo com o juiz, há situações diferentes que levam os menores aos abrigos. Quando a família a entrega ou quando ela sofre algum tipo de maus tratos e a Justiça intervém para retirá-la da família.

“É uma situação que precisa ser avaliada com muito critério e muita responsabilidade. É muito sério esse desligamento da família. Nesses casos procuramos parentes mais próximos para ficar com a guarda do menor, só em último caso ele vai para a instituição”, pontua o juiz.

Mato Grosso tem 75 menores em instituições à espera de uma família. O número é 12 vezes menor do que o de pretendentes a adoção.

Qualquer pessoa pode se candidatar à adoção, e o perfil será avaliado pelo Judiciário. O Judiciário tem o programa de apadrinhamento em que a pessoa pode pagar um curso, um tratamento, oferecer alguma ajuda financeira para a criança. E também os padrinhos afetivos, que acompanham a criança na instituição.

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