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Muitas mulheres deixam de fazer mamografia por mitos e 'fake news', afirma mastologista
Por Sandra Carvalho
11/10/2019 - 08:07

Foto: assessoria

Crenças e boatos  levam muitas mulheres a ficar com medo de fazer o exame, fundamental para o diagnóstico precoce do câncer de mama

A mamografia é um raio X das mamas utilizado no rastreamento mamográfico e extremamente eficaz para identificar tumores na mama que ainda são assintomáticos, antes mesmo que um nódulo possa ser sentido à palpação, favorecendo um tratamento mais bem sucedido. Porém, existem muitas crendices, boatos, as chamados fake news, que deixam mulheres com medo de realizar o procedimento.  É o que explica o mastologista e oncologista mato-grossense Dr. Pedro Fontes.

Medo de descobrir que está doente e ter que parar para fazer tratamento e mudar a rotina da vida. Esta é uma das “crenças de autosabotagem” citadas pelo mastologista. Há também quem pense que se estiver doente e mexer na doença o câncer vai espalhar e vai morrer mais rápida.

Outras mulheres simplesmente afirmam: “Deus cuida de mim e se for pra ter esta doença é porque Deus assim permitiu”. Há ainda que alega não ter “tempo para perder o dia todo atrás de exames e ainda por cima o exame é desconfortável”. Ou simplesmente: “Isso não vai acontecer comigo”.

Estas inverdades acabam, de acordo com o Dr. Pedro Fontes, prejudicando o diagnóstico precoce e representam um risco muito grande para a vida as mulheres que temem o exame, porque o câncer pode matar.

“E quando essa mesma mulher decide fazer a mamografia, retorna ao consultório com outra impressão do exame”, contou o especialista. Umas dizem que o exame foi sem dor, que se organizaram e conseguiram fazer a mamografia ou se sentem aliviadas por terem feito o exame e descoberto o problema ainda no início (se confirmado) e acreditando na cura.

As fake News

As fake news têm 70% mais chances de viralizar que as notícias verdadeiras e alcançam muito mais gente, segundo pesquisa do Instituto de Tecnologia de Masachussetts (MIT), dos Estados Unidos. E aí que mora o perigo, pois as pessoas acreditam naquela informação que foi repassada com mais facilidade.

Uma notícia falsa que ganhou grande projeção foi a de que a mamografia vem aumentando o número de casos de câncer de tireoide. Um vídeo com um suposto especialista, falando de pesquisas que simplesmente não existem viralizou nas redes sociais trazendo essa informação. Muita gente recebeu, compartilhou e acreditou na história.

O exame, no entanto, é seguro e não provoca câncer em outra parte do corpo. 

Este assunto foi um dos vários tratados pelo mastologista e oncologista Dr. Pedro Fontes Júnior no ciclo de palestras “Prevenir é o segredo” promovido pela Clínica Vida Diagnóstico e Saúde, de Várzea Grande, em adesão ao Outubro Rosa. 

A ação foi realizada em parceria com a Associação de Mulheres de Negócios e Profissionais (BPW) de Cuiabá e Várzea Grande, Sociedade de Socorro e com a Associação de Mulheres Empreendedoras de Mato Grosso (Arvend).  

Dr. Pedro Fontes é médico mastologista e cirurgião oncológicos, formado pela UFMT em 1998; Residência médica pelo MEC no HUJM(UFMT) em Cirurgia Geral 1999-2001; Residência médica em Cancerologia Cirúrgica pelo Hospital Araujo Jorge em Goiânia (MEC)- GO 2006-2008; Residência médica em Mastologia pelo IBCC (MEC) em São Paulo 2016; Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica; Membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Professor de Mastologia no HUJM - EBSERH

O câncer de mama

O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células da mama. Esse processo gera células anormais que se multiplicam, formando um tumor. É considerada a doença que mais mata mulheres no mundo. Por isso, a recomendação é que as mulheres façam mamografia a partir dos 40 anos.

Há vários tipos de câncer de mama. Por isso, a doença pode evoluir de diferentes formas. Alguns tipos têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem mais lentamente. Esses comportamentos distintos se devem a característica próprias de cada tumor.

O câncer de mama é o tipo da doença mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do de pele não melanoma, correspondendo a 25% dos casos novos a cada ano. No Brasil, esse percentual é de 29%.

A projeção para 2018 foi de 240.640 casos para o sexo feminino em 2012 e 310.300 para 2018. O mais frequente câncer é de mama é o carcinoma, com 59.700 casos novos para 2019.
    
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