Por 8 votos a 6, a Câmara autorizou a prefeitura, através da autarquia Águas do Pantanal, contrair empréstimo de R$ 129,7 milhões, junto a Caixa Econômica Federal (CEF) para execução do projeto de coleta e tratamento de esgoto sanitário, em Cáceres. Desde que foi protocolado na Câmara, no dia 1 de setembro, foram três meses, de extensos debates e discussões a cerca do assunto. A aprovação do projeto ocorreu na noite de ontem.
Momentos antes da votação, na tentativa de ganhar tempo para reprovar a proposta, o vereador José Eduardo Torres (PSC), pediu vista do projeto, sob justificativa de que ele deveria ser mais debatido com a população, que conforme Torres, não tinha conhecimento da real situação. Colocado em votação, o pedido foi rejeitado com o voto de “minera” (voto que decide uma votação quando termina empatado) do presidente da Casa, vereador Rubens Macedo (PTB).
Assim como os vereadores, a população também se dividiu. Uma parte se manifestou favorável e outra contra aprovação do projeto. O principal argumento dos contrários seria o endividamento do município. Alegam que o endividamento iria “engessar” as futuras gestões, tendo em vista que já existem vários outros financiamentos em andamento. Já os favoráveis defendem que a prefeitura dispõe de meios para quitar o débito sem sacrificar a população.
Inclusive, momentos antes do início da sessão, o engenheiro Adilson Reis, de posse de planilhas de receita e despesas, tanto da prefeitura quanto da autarquia Águas do Pantanal, fez uma ampla explanação, garantindo que o município e a autarquia disporão de recursos para bancar o financiamento sem comprometer a administração e tampouco sacrificar a população mais humilde, como alegavam os vereadores contrários.
Presidente da autarquia Águas do Pantanal, engenheiro Paulo Donizete da Costa, disse que “o projeto é de fundamental importância para o desenvolvimento do município. Os vereadores que votaram pela aprovação entenderam a necessidade de termos uma cidade mais próspera e humanizada”. A prefeita interina Eliene Liberato Dias disse que “o projeto não é de Francis ou Eliene. É do nosso município que precisa avançar para o futuro”.