“O dourado tem sido o principal atrativo para a pesca esportiva em Mato Grosso. A retomada da captura será um retrocesso”. A opinião é do presidente da Federação de Pesca Esportiva e Turismo Sustentável de Mato Grosso (Fepestur), Tarso Lopes. A preocupação ganha reforço com projeto alternativo apresentado, nesta terça-feira (28.01), pelo deputado estadual Wilson Santos, ao governo do Estado, que sugere a retomada da pesca do dourado, proibida em Mato Grosso há oito anos. Segundo a Fepestur, isso pode significar um retrocesso na preservação da espécie, ameaçada de extinção.
“Desde que a captura foi proibida, o número de espécies de dourado aumentou nos rios, atraindo os pescadores esportivos”, lembra o presidente. “A atividade é de pesque-e-solte”.
Ele cita o caso de Corrientes, na Argentina, onde a pesca esportiva do dourado tem atraído pescadores do mundo todo. “Isso se dá porque a espécie é protegida e a região se transformou em um dos melhores lugares do mundo para a pesca esportiva. Pelo menos 70 mil brasileiros vão a Corrientes todos os anos”, lembra. “E todos saem satisfeitos por ter feito uma boa pescaria. Estamos nesse caminho aqui, em Mato Grosso. Não podemos retroceder”, avalia.
Em Mato Grosso do Sul, a captura do dourado está proibida desde o início do ano passado.
O projeto alternativo apresentado pelo deputado estadual Wilson Santos se dá no momento em que Mato Grosso discute a implantação da cota zero para o transporte de peixes. A proposta deve ser votada na Assembleia Legislativa ainda neste primeiro semestre.