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Idosa que teve corpo trocado é sepultada; neta contesta causa da morte
Por Clarice Helena Navarro/Diário de Cáceres
27/05/2020 - 16:26

Foto: arquivo de família

Alaíde Rosa de Aquino, de 81 anos, moradora de São José dos Quatro Marcos, foi sepultada na manhã de hoje no cemitério Park dos Ipês, em Cáceres. Ela  deu entrada no hospital no dia 23 de maio, por problemas de  insficiência cardíaca. Em nota emitida ontem pelo Hospital São Luiz, onde ela estava internada, a causa da morte pode ter sido o Covid-19.

A idosa teve o corpo trocado, e em seu lugar foi sepultado Adélio João de Souza, de 66 anos, que deu entrada na unidade hospitalar também com problemas cardíacos. Ambos morreram ontem,26.

O corpo de Adélio foi removido, e a idosa foi sepultada no local. A família de Adélio também contestou o hospital, pois o mesmo também foi considerado suspeito de Covid-19. Seu filho Roberto Fernandes de Souza afirmou que o pai foi hospitalizado dia 20, após sofer um infarto, e morreu por problemas cardíacos. "Nosso pai morreu de infarto e foi enterrado como se fosse de Covid-19"-lamenta.

A neta da idosa constesta as informações de que a avó possa ter falecido por Covid-19. "Não nos entregaram laudo nem prontuário. Vivemos um pesadelo. Além de não poder transladar o corpo para ser sepultado em Quatro Marcos, tivemos o problema da troca de corpos, e a causa indefinida da morte, que para nós, foi devido a problemas cardíacos. Inclusive temos um áudio de uma médica que cuidou dela durante a internação, onde afirma que ela não tinha sintomas de Covid. Eu insisti bastante para a entrega do laudo, eles dizem que tem prazo de dez dias. Minha avó foi sepultada embalada, sem roupas, e com caixão lacrado, e sem velório. Eu questiono: por que não fazem o teste e comprovam o diagnóstico correto? Será que não pensam no sofrimento da família?"

A neta afirma que a avó residia com o avô, que passa bem e não apresenta nenhum sintoma de Covid. Mesmo com 81 anos, ela era ativa e fazia o serviço doméstico, "tudo com muito capricho". Filhos e netos iam fazer as visitas higienizados com álcool gel e usando máscaras.

Patrícia considera errado que tenha sido divugada a morte como suspeita de Covid-19 antes da confirmação. "Ela poderia ter sido velada e sepultada como queria, arrumadinha-vaidosa que era. Nos tiraram isso. "

 

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