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Seduc defende modelo com aulas não presenciais e mudança em carga horária
Por Andhressa Barboza
23/06/2020 - 18:16

Foto: reprodução

O modelo de educação diante da pandemia da Covid-19 deve mudar no estado. Entre as mudanças que estarão no plano estratégico, a previsão de aulas não presenciais (pela internet e TV) e a contagem passa a ser de 800 horas-aula e não mais 200 dias letivos.

A secretaria estadual de Educação (Seduc) vai ampliar as plataformas digitais, como a Aprendizagem Conectada. Contudo, a pasta ainda não tem uma solução para quase os 17 mil alunos que não tem acesso ao ensino à distância, eles representam metade dos matriculados.

Segundo o secretário-adjunto de Educação, Alan Porto, em entrevista ao RDTV nessa terça (23) uma saída para atender a quem não possui estrutura para participar das aulas pela internet, é o envio de apostilas impressas que devem ser retiradas pelos pais nas unidades escolares. “Estamos enviando mais de 570 mil apostilas de todas as disciplinas, são quase 80 mil por semana”.

A previsão de retorno das atividades presenciais, que era para agosto, também deve ser adiada e ele prevê que as aulas possam voltar em setembro. Com isso, Alan considera que está “acompanhando os casos crescendo e vemos as UTIs superlotadas, só vamos voltar com as aulas presenciais quando tiver segurança total e até lá pretendemos usar as ferramentas digitais, como aulas pelas plataformas, pela TV da Assembleia”.

Segundo último boletim do governo, Mato Grosso tem 8.166 casos e 295 mortes. Dos infectados, 2.159 estão na Capital e 668 em Várzea Grande - sendo que as cidades registraram 77 e 61 óbitos, respectivamente.

 

Polêmicas do novo modelo de educação

Otimista, Alan acredita que com o envolvimento de pais, familiares, professores e alunos, o novo modelo que a Seduc pretende implementar pode dar certo. Ainda assim, quase 50% dos alunos não possui acesso aos meios de comunicação digitais, alguns nem mesmo a um espaço em casa para os estudos.

A Seduc pretende, por meio da aprovação de normativas, regularizar e validar as iniciativas como a plataforma Aprendizagem Conectada, que tem sofrido críticas de alguns profissionais da educação que não teriam sido consultados quanto à elaboração dos conteúdos disponíveis.

A mudança no projeto pedagógico ainda precisa ser discutida pelos representantes no Conselho de Educação, o que envolve sociedade, empresários do setor, pais e sindicatos.

Em defesa da Seduc, Alan comenta que deve “desenvolver ferramentas para facilitar a vida do professor, tirar dúvidas dos alunos e acompanhar a turma deles”.

Quanto ao cumprimento da carga horária pelos professores, considerando a mudança de 200 dias letivos temos contrato para 800 horas-aula, afirma que “o professor vai ter que cumprir com recomposição, mas quem não cumpriu até o momento, provavelmente o prazo será prorrogado”.

 
 
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