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Policiais de MT são investigados por assassinato de 4 indígenas bolivianos que caçavam na fronteira
Por site Jornalistas Livres
03/09/2020 - 13:02

Foto: reprodução

Chiquitanos da aldeia localizada no município boliviano de San José de la Frontera na divisa entre Mato Grosso e a Bolívia protestaram pela morte de quatro indígenas mortos pelos policiais do Grupo Especial de Fronteira Gefron). A comunidade índigena que no mês passado perdeu três indígenas mortos em circunstâncias ainda não esclarecidas agora protestam pela morte de mais entes da comunidade. 

Segundo as informações do site Jornalistas Livres,  os indígenas Arcindo Sumbre García, Paulo Pedraza Chore, Yonas Pedraza Tosube e Ezequiel Pedraza Tosube Lopez estavam retornando de uma caçada perto da cidade boliviana de San Matias, levando inclusive as carnes já secas de porcos do mato nas mochilas, quando foram cercados por policiais e se assustaram. Eles foram baleados pelos policiais do Gefron e foram levados ainda vivos para o hospital em Cáceres, onde gritaram que eram inocentes para os médicos e enfermeiros, mas não resistiram aos ferimentos.

Segundo ainda o site até o momento não há notícia de qualquer apreensão de entorpecentes pelo Gefron e o suposto motivo do conflito, e pelo menos dois indígenas têm claras indicações de tortura como orelha cortada e dentes quebrados.

Em um vídeo publicado no facebook, os relatos publicado pelo canal Pantanal Comunicación relata o que está acontecendo com  os indígenas da etnia Chiquitano, que vivem num território com partes nos dois países.(veja no final da matéria)

O confronto está mobilizando entidades ligadas aos Direitos Humanos no Brasil que estão se mobilizando para dar assistência às famílias afetadas pela tragédia. As famílias buscam, além de justiça, uma reparação do Estado brasileiro que retirou da comunidade quatro adultos que eram fundamentais no sustento das famílias.

Na manhã de ontem(02),  o padre Aloir Pacini, membro do CIMI Conselho Indigenista Missionário e antropólogo da Universidade Federal de Mato Grosso, foi com um grupo de quatro pessoas da UFMT, Fepoimt, Centro de Direitos Humanos Henrique Trindade e Ouvidoria das Polícias, se encontrar em Cáceres com Dom Jaci e o casal Chiquitano Melania e João Camilo, primos dos que foram brutalmente assassinados na fronteira do Brasil. A Comitiva visitou os parentes dos indígenas mortos para levar apoio espiritual e jurídico.

O bispo de San Ignácio e os padres da cidade boliviana já se mobilizaram para celebrar uma missa na aldeia.

“Queremos prestar solidariedade aos familiares e à comunidade, por isso vamos com 20 cestas básicas e com desejo de mostrar que a sociedade brasileira não está de acordo com essa forma truculenta como a polícia brasileira, não toda, mas nesse caso, atuou na fronteira”, explica padre Pacini. (Com informações Jornalistas Livres)

 

O assassinato de quatro indígenas do povo chiquitano, na fronteira de Mato Grosso com a Bolívia, é investigado pelas autoridades brasileiras e bolivianas. Os indígenas foram mortos a tiros no dia 11 de agosto por policiais do Grupo Especial de Fronteira (Gefron). À época, os policiais alegaram que o grupo estava armado e atirou contra os agentes.

Na suposta troca de tiros nenhum policial foi atingido e nenhuma droga foi apreendida.(G1MT)

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