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Sem acordo, greve nos Correios completa 25 dias
Por Diário de Cuiabá
11/09/2020 - 07:24

Foto: arquivo

A greve dos trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ou simplesmente Correios completa, hoje (11), 25 dias. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios em Mato Grosso (Sintect-MT), o movimento grevista tem a adesão de cerca de 80% da categoria, tanto do setor operacional quanto do administrativo. Ainda não há data de julgamento do dissidio no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Com as atividades paralisadas desde 18 de agosto passado, eles realizam, ontem (10), uma ação de doação de sangue, em todo o Estado. Em Cuiabá, a doação foi feita no banco de sangue público, o Hemocentro MT, que atende unidades de saúde em todos os municípios mato-grossenses. O ato é uma iniciativa do Sintect MT. Além de ser uma forma de mobilização diante da greve, a ação foi também uma forma de auxiliar na reposição de sangue do banco.

Uma das principais reivindicações é a volta do acordo coletivo cuja vigência deveria cobrir até o ano de 2021. Os trabalhadores buscam negociar com a diretoria da empresa os 70 direitos retirados do acordo coletivo, que trata dentre outros, sobre licença-maternidade, auxílio-creche, auxílio-alimentação. A última tentativa foi mediada pelo TST.

Segundo informações do Sintect-MT, o vice-presidente do TST, ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, propôs que fosse estendesse por mais um ano o acordo coletivo de trabalho (ACT), mantendo os atuais direitos dos trabalhadores, e que os mesmos abrissem mão de reposição salarial de 5%, este ano. “O representante dos trabalhadores disse que a proposta provavelmente seria aceita pelos trabalhadores, mas a decisão final seria tomada em assembleia geral em todos os estados. A direção dos Correios rejeitou a proposta”, afirmam.

Para o presidente do Sintect-MT, Edmar Leite, a estratégia da empresa é precarizar ainda mais os serviços dos Correios para privatizar a empresa no próximo ano. “Os trabalhadores ecetistas tentaram de todas as formas de acordo com a diretoria, antes de decidirem por uma greve nacional”. O salário inicial da maior parte dos funcionários é de R$ 1.700,00, considerado o menor entre todas as empresas públicas do Brasil.

A direção dos Correios garante que se colocou à disposição para negociar o acordo coletivo de trabalho 2020/2021. Em nota recente, a empresa informou que por não haver acordo com as entidades representativas ajuizou em 25 de agosto passado o dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho.

Na ocasião, ressaltou que os vencimentos de todos os empregados seguem resguardados e os trabalhadores continuam tendo acesso, por exemplo, ao benefício auxílio-creche e aos tíquetes refeição e alimentação, em quantidades adequadas aos dias úteis no mês, de acordo com a jornada de cada trabalhador.

“Os Correios têm preservado empregos, salários e todos os direitos previstos na CLT para os empregados. A empresa aguarda o retorno dos trabalhadores que aderiram ao movimento paredista o quanto antes, cientes de sua responsabilidade para com a população, já que agora toda a questão terá seu desfecho na justiça”, destacou.

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