As dificuldades impostas pela Pró-Saúde – empresa administradora do Hospital São Luiz -, para celebração de contrato com o governo do Estado na pactuação de leitos de UTIs para ajudar socorrer vítimas do Covid-19 na região de Cáceres, pode refletir na Igreja Católica, fundadora e proprietária da instituição.
A Comissão de Saúde da Câmara Municipal, presidida pelo vereador Luiz Landim (PV) pretende ouvir, nos próximos dias, o bispo diocesano de Cáceres, Dom Jacy Dinis Rocha. A comissão quer um esclarecimento do representante da igreja, sobre os termos da cessão, do hospital à empresa.
O hospital São Luiz foi fundado em 1938 – quando Cáceres ainda era um povoado -, por padres franciscanos, através do frei Ambrósio Dayde, da Missão da Ordem Terceira Regular de São Francisco do Brasil e freiras, pela irmã Antônia Rodrigues, pertencentes à Congregação do Instituto Imaculada Conceição.
Com sede no Rio de Janeiro, a Pró-Saúde administra o hospital São Luiz, desde janeiro de 2019. Até então a unidade era administrada pela Associação Congregação de Santa Catarina, que a havia recebido da Sociedade Educadora Beneficente Providência Azul.
Durante os dois anos de gestão, a empresa acumula uma série supostas irregularidades, que vão desde atraso no pagamento de salário dos funcionários, falta de equipamentos e medicamentos até falta de alimentos aos pacientes. Já trocou de diretor nesse período, pelo menos, quatro vezes.
Devido as deficiências estruturais, administrativas e financeiras do Hospital em novembro de 2020, o Ministério Público (MP) solicitou a intervenção do Estado, na unidade. O promotor Rinaldo Segundo enviou “despacho” ao Escritório Regional de Saúde, solicitando a realização de estudo para a intervenção.
O convite para que o bispo compareça na Câmara para os esclarecimentos será encaminhado na próxima segunda-feira. A data para o comparecimento será o dia 10 de fevereiro.
Além do representante da igreja, a Comissão de Saúde da Câmara, irá convidar o atual diretor do hospital Sérgio de Almeida. A comissão quer ouvir o diretor sobre os repasses financeiros do governo do Estado, destinados ao hospital. Se foi recebido e o que foi feito dos recursos. E qual a real situação hoje da unidade.
Também serão convidados o diretor do Escritório Regional de Saúde, Sandro Luiz Neto. A comissão deseja saber sobre as demandas reprimidas de tratamentos de doenças de média e alta complexidade no município.
Serão convidados ainda o diretor administrativo do Hospital Regional, Onair Nogueira e o secretário municipal de Saúde, Sérgio Arruda. De Onair, a comissão quer esclarecimentos sobre a capacidade do atendimento hospitalar e estudos de viabilidade para ampliação de leitos. Do secretário Sérgio Arruda, a comissão pretende conhecer o Planto de Governo relacionado à saúde do município.
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