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Fonoaudióloga de MT alerta sobre efeito da perda auditiva na qualidade de vida das pessoas
Por Sandra Carvalho
09/02/2021 - 14:10

Vanessa Moraes explica que isolamento social, prejuízos profissionais, depressão e estresse estão entre as consequências da perda de auditiva não tratada — Foto: assessoria

A perda auditiva quando não tratada pode afetar a qualidade de vida de diversas maneiras, acarretando problemas sociais, físicos e psicológicos. O alerta sobre experiências sociais negativas da perda auditiva não tratada é da fonoaudióloga Vanessa Moraes, de Cuiabá (MT).

 

A especialista observa que muitos subestimam o impacto da perda auditiva e a veem apenas como um grande incômodo. “Mas, é apenas a ponta do iceberg, podendo causar sérios problemas”.

 

Uma das situações em que a perda da audição pode afetar a qualidade de vida de uma pessoa é o isolamento ou afastamento do convívio social. Neste caso, detalha Vanessa, a pessoa deixa de frequentar roda de amigos, eventos e reunião com familiares.

 

“Para evitar pedir que os outros falem mais alto ou repitam o que foi dito, eventualmente elas começam a evitar a interação com outras pessoas. Aí também entra a dificuldade nas atividades que envolvam música e esporte”, exemplifica.

 

E aí vem a sensação de solidão, já que a pessoa começa a se afastar do convívio social. “Em muitos casos, também ocorre a rejeição social, pois as outras pessoas não compreendem as dificuldades do deficiente auditivo”.

 

Os problemas se estendem para o campo profissional, podendo ocorrer redução na produtividade e nos ganhos. De acordo com Vanessa Moraes, quando as pessoas começam a perder a audição, pode se tornar mais difícil acompanhar discussões e apresentações em salas de reunião, por exemplo. Principalmente em cargos que dependem da comunicação com os clientes.

 

“É por isso que a dificuldade de comunicação também pode ter outras implicações desanimadoras como redução na produtividade, que ainda pode afetar nos ganhos ou até causar demissão”.

 

A especialista cita também que alguns estudos já mostraram que, quanto mais grave for a deficiência, maior a probabilidade de apresentar sinais depressivos decorrentes do isolamento, sentimento de rejeição, má qualidade do sono, falta de energia e desinteresse em fazer atividades que costumava praticar antes de ter dificuldades para ouvir.

 

Dificuldade para ouvir sons comuns do dia a dia pode ser muito estressante para quem sofre com a perda auditiva não tratada. Além da irritação diária, o estresse pode levar a outras consequências mais graves, como aumento do risco de doenças cardíacas e até mesmo o câncer.

 

Os relacionamentos interpessoais também podem ser afetados. As crianças, cita Vanessa Moraes, podem ter problemas para expressar seus sentimentos e os familiares que convivem com as pessoas com perda auditiva não tratada podem perder a paciência.

 

Segurança e cognição

 

Ainda tem a questão da segurança pessoal que pode ser comprometida com a deficiência auditiva. Um dos casos mais comuns ocorre nas ruas, já que a pessoa afetada não consegue ouvir bem os sons dos veículos, buzinas e outros sinais importantes podem passar despercebidos, aumentando os riscos de acidentes.

Já no ambiente profissional, as pessoas com perda auditiva estão mais vulneráveis a acidentes de trabalho.

 

Cientistas mostraram que a perda auditiva também afeta as habilidades cognitivas do indivíduo. Em estudos comparativos entre deficientes auditivos, o comprometimento cognitivo foi encontrado em até 43% dos pacientes.

 

“Além disso, ouvir nos ajuda a lembrar das coisas. Logo, a falta de audição pode afetar nossa memória a longo prazo”, ressalta Vanessa Moraes.

 

Mesmo com tantas consequências, Vanessa Moraes ressalta que é possível recuperar a qualidade de vida buscando a assistência correta. “Um profissional poderá recomendar o melhor tratamento antes que os problemas fiquem mais graves e uma das indicações é o  uso de aparelhos auditivos”, completa a fonoaudióloga.

 

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