A prefeita Eliene Liberato (PTB), de Cáceres, disse que está sendo pressionada pelos representantes do comércio local para autorizar que os estabelecimentos possam abrir no período noturno. O município possui oito pacientes na fila de espera por leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Com o aumento dos casos de Covid-19 e a lotação nos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o estado, em Cáceres e outros municípios há fila de espera para pacientes que aguardam um leito de UTI.
Em Cáceres, apenas o Hospital Regional recebe pacientes com Covid-19. No total são 10 leitos de UTI e 30 leitos de enfermaria disponíveis pelo SUS. Destes, todos estão ocupados. Ontem (10) 0 g0verno anunciou a abertura de mais dez leitos no Hospital São Luiz.
Os oito pacientes que aguardam os leitos estão temporariamente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município até serem transferidos e estão fazendo tratamento com respiradores e todos os equipamentos necessários. Os hospitais também atendem pacientes de outros municípios.
Para tentar conter o vírus, a prefeita pretende abrir mais 10 leitos de UTI e 20 leitos de enfermaria no Hospital São Luiz. "Minha preocupação é grande, mas estou com a consciência tranquila porque estamos fazendo a nossa parte informando a população da importância do isolamento. Os profissionais estão exaustos e estamos contratando, ampliando, mas é cansativo demais. As pessoas precisam se conscientizar e se cuidar evitando aglomerações, rodinhas e festas. Foge do controle do poder público se não há conscientização", afirma.
A prefeita aderiu ao decreto do governador Mauro Mendes (DEM) assinado no dia 1° de março. Além disso, fez outras restrições como não deixar que os pais levem crianças aos supermercados e não deixar que elas brinquem em espaços públicos como praças.
De acordo com Eliene, donos de estabelecimentos estão pressionando para que ela autorize a abertura do comércio no período noturno, mas ela conta que não vai ceder. "Estou sendo muito pressionada para abrir o comércio no período noturno, mas é desumano, não vou fazer isso. O município vive do comércio, da prestação de serviço, mas o momento é difícil para todos e a vida é uma só, cabe a compreensão e o senso da população", afirma.