De 2017 a 2020, a Energisa contabiliza mais de 15 mil ligações em Mato Grosso e outras 1.915 serão realizadas até setembro deste ano, quando concluirá o programa no Estado
Depois de um dia inteiro de afazeres na pequena propriedade onde cria e recria gado, o que o produtor rural Alcindo Jacob Frare, 51 anos, sempre desejou era entrar em casa e descansar com a dignidade que todo trabalhador merece. Mas, esse descanso não tinha o conforto que ele merecia. Sem luz elétrica instalada no sítio, a energia gerada por uma bateria era suficiente apenas para ligar um freezer de dia, para conservar os poucos alimentos que comprava (e que era desligado à noite), e acender uma lâmpada para minimizar a escuridão.
Ao lado da esposa Cleide Aparecida Pinheiro e do casal de filhos, mora no assentamento Capa Mansa, na Vila Salvação, a 45 km de Colniza. Foram muitos dias e noites sem os benefícios da energia até que em dezembro de 2019 a família foi beneficiada pelo Programa Luz Para Todos (LPT), do governo federal em parceria com as concessionárias de energia. Há pouco mais de um ano a vida sofreu uma bela transformação. O programa, iniciado em 2003, tem o desafio de acabar com a exclusão elétrica do país e a meta de levar energia, gratuitamente, a milhões de pessoas que vivem no meio rural.
Em Mato Grosso, essa realidade está próxima de ser alcançada. A sétima etapa do Programa (2017 a 2020), que é executado pela Energisa Mato Grosso, contabiliza 15.111 ligações, sendo 81 delas em terras indígenas, e investimentos de cerca de R$ 385 milhões, que beneficiaram famílias de praticamente todo o Estado. Para 2021, estão previstas mais 1.915 ligações (18 em áreas indígenas), com aporte de mais R$ 51 milhões. Essas ligações estão previstas para ser realizadas até setembro, quando a concessionária concluirá sua contribuição no plano nacional de universalização da energia, no território mato-grossense.
“O Programa Luz para Todos prevê a realização de obras e melhorias para levar energia a famílias que moram no meio rural. Fornecer energia para essas comunidades é contribuir com o desenvolvimento delas e oferecer às pessoas acesso a conforto, comunicação e melhorar a qualidade de vida, já que elas passam a ter condições para ter em casa ventilador, geladeira, televisão, computador e até internet. Energia promove a inclusão social”, comenta Marcelo Pazoti, coordenador de Obras da Energisa Mato Grosso.
Foi justamente isso que aconteceu na vida da família do senhor Alcindo. Com a chegada da energia elétrica ele comprou a tão sonhada geladeira, ventiladores e um ar condicionado. “Agora conseguimos dormir bem, no geladinho. Aqui faz muito calor e agora, de noite, a gente nem percebe que está quente lá fora”, comenta ele, ao dizer que comprou um freezer maior, onde agora pode armazenar a carne de uma vaca inteira sem se preocupar. “Antes comprava de dois ou três quilos, porque estragava rápido. Agora podemos estocar”, completa. Outra aquisição da família foi um resfriador de leite, usado para armazenar o leite produzido pelas vacas.
O LPT traz benefícios diretos para a vida das comunidades atendidas. Contribui para redução da pobreza e aumento a renda familiar; facilita a integração aos serviços públicos e aos programas sociais do governo federal; permite a melhoria no abastecimento de água, saneamento básico, saúde e educação, fortalecendo o capital social das comunidades; possibilita aquisição de eletrodomésticos e outros equipamentos para uso no meio rural; gera empregos, com uso de mão de obra local e aplicação de materiais e equipamentos nacionais; além de favorecer a permanência das pessoas no campo, com a melhoria da qualidade de vida.
Murilo Rodrigues, supervisor de Manutenção e Construção da Energisa, destaca outros benefícios socioeconômicos decorrentes da chegada da energia elétrica. Ele destaca o aumento na produção agrícola, que gera nova renda e empregos, como na criação de farinheiras, resfriadores, poços comunitários, entre outros, presenciados pela Energisa em algumas localidades. “A energia também contribui com a educação, já que é possível ter turmas nas escolas em horário noturno, com segurança e conforto, além de proporcionar mais serviços públicos à população, com a instalação de postos de saúde e outros equipamentos”.
Assim como a do trabalhador rural Alcindo, famílias de outros 54 municípios mato-grossenses poderão experimentar essa mudança de vida até setembro. Na lista de cidades atendidas estão Aripuanã, Juína, Cotriguaçu, Juara, Colniza, Nova Bandeirantes, Cuiabá, Paranatinga, Comodoro, Claudia, Rondolândia, Confresa, Apiacás, entre outras.