O secretário do Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) Alexandre Bustamante afirmou que acredita na competência da Polícia Civil que investiga o desaparecimento do pedreiro Rubson Farias dos Santos, de 28 anos, levado de casa por policiais militares no fim de janeiro deste ano, em Cáceres (a 220 quilômetros de Cuiabá).  

“Estamos acompanhando. A gente acredita na competência da Polícia Judiciária Civil, a gente sabe que vai dar tudo certo. As investigações muitas vezes não andam na velocidade que queremos, mas por causa das dificuldades. Senão era muito fácil. A Polícia tem que buscar provas, elementos para formular a culpa de forma concreta e evitar cometer injustiças. Por isso que a gente trabalha com calma”, disse Bustamante.

Conforme Inquérito Policial Militar (IPM), cinco pessoas afirmaram ter ouvido o pedreiro gritando por socorro, sendo que uma delas confirma ter escutado barulhos parecidos com pancadas e agressões.

Dados de geolocalização da viatura mostram que o camburão ficou três minutos em um local ermo da cidade, que é bastante escuro e fica próximo da beira de um rio e de açudes.

Em depoimento, o enteado da vítima disse que no dia do episódio se deparou com policiais militares do GAP destratando e batendo em seu padrasto, sendo que um desses PMs ordenou que ele saísse do local. 

Uma mulher, que estava passando pelo local de motocicleta com o marido e parou para observar a situação, disse que viu os policiais militares saírem na viatura, mas não chegou a ouvir gritos ou pedidos de socorro.
 
A viatura, segundo relatório, permaneceu parada/desligada das 23h06 às 00h13, na avenida 7 de setembro, no Centro de Cáceres. Tendo deslocando-se após isso pelas vias da cidade, parando novamente às 00h42, na rua Joaquim Murtinho. Das 00h54 às 01h29, o veículo permaneceu na Radial Um.

De 01h40 às 02h06, a viatura esteve estática na avenida 7 de Setembro. Tendo parado novamente na avenida Pedrino Alexandrino Lacerda (que é uma estrada não-pavimentada e um local bastante escuro à noite), das 02h16 às 02h18, retornando para a primeira via às 02h33 e ficando lá até ás 02h45.

 

Ao realizar a checagem das coordenadas do endereço onde a viatura permaneceu desligada/parada por aproximadamente três minutos (avenida Pedrino Alexandrino Lacerda), através do site Google Maps, pode-se verificar que é uma área rural (região de sitiantes), que possui lagoas/açudes e o rio Paraguai nas proximidades.

Seis policiais militares foram indiciados no IPM: São eles: 2º tenente André Filipe Batista da Silva e os soldados Jeferson da Silva Leal, Eliézio Francisco Ferreira dos Santos, Rodrigo da Silva Brandão, João Eduardo da Silva e Kristian Batista Maia. 

O comandante do 6ª Batalhão da PM em Cáceres, tenente-coronel Danilo Segóvia Moreira, homologou o resultado do inquérito em 19 de abril e encaminhou à Corregedoria da Instituição e ao Ministério Público Estadual (MPE) para as medidas criminais e administrativas cabíveis.