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Pesquisa no IFMT Cáceres aproveita resíduo gerado na fabricação de biodiesel como matéria prima para a produção de álcool glicerinado e sabonete líquido
Por Edna Pedro
13/07/2021 - 16:07

Foto: divulgação

Uma inovação desenvolvida por docentes do Instituto Federal de Mato Grosso, IFMT Campus Cáceres – Prof. Olegário Baldo traz alternativas para o aproveitamento da glicerina residual gerada na fabricação de biodiesel como matéria prima na produção de álcool glicerinado e sabonete líquido. Coordenado pela professora Isabel Matos Fraga, a pesquisa aprovada pelo Edital 54/2020 de inovação do IFMT, utilizou como solução para a purificação e remoção de cor da glicerina residual a adsorção de carvão ativado.

“O nosso foco foi gerar solução para destinação da glicerina residual como insumo para a produção desses produtos, já que ela não possui um mercado definido, devido à quantidade de impurezas que contém. Para purificação e remoção da cor da glicerina residual que é avermelhada, realizamos um processo de tratamento e adsorção com carvão ativado”,   explica a coordenadora.  

Segundo Isabel, o uso do carvão ativado foi escolhido por ser, em outros usos, um adsorvente muito eficaz na remoção de impurezas e pela possibilidade de tornar o processo mais simples e barato.

Os testes, realizados no laboratório de Química do campus, indicaram a viabilidade da solução para aproveitamento da glicerina residual e resultaram na produção de sabonete líquido e álcool glicerinado 80 % .

 “Os produtos obtidos não apresentaram nenhuma diferença sensorial ou visual dos que têm no mercado e seguem todos os requisitos de qualidade do manual de fabricação da farmacopeia brasileira publicado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária”, afirma a coordenadora.

 A pesquisa, financiada com orçamento do IFMT, foi desenvolvida em conjunto com a professora Claudia Roberta Gonçalves e o professor Admilson Costa da Cunha e orientou, na iniciação científica, a estudante de Tecnologia em Biocombustíveis,  Karen Cristina Freitas, com bolsa de fomento à iniciação em desenvolvimento tecnológico e inovação do  Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Os resultados serão divulgados em relatório técnico do projeto e em publicações científicas.

As amostras dos produtos foram destinadas para o refeitório do campus e serão utilizadas pela comunidade interna para higienização das mãos, após o retorno das atividades presenciais, no protocolo de biossegurança para o combate à Covid-19.

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