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MT: Menina denuncia alcoolismo da mãe e pede para ficar com pai
Por Letícia Katuchia
06/08/2021 - 09:09

Foto: ilustrativa

Uma menina de 11 anos postou um vídeo no perfil dela em uma rede social, nessa quarta-feira (4), dizendo que precisava de ajuda porque sofria agressões físicas e violência psicológica por parte da mãe, em Cuiabá, e que queria viver com o pai, que mora fora do país. Ela afirma que a mãe é alcoólatra. Nesta quinta-feira (5), o vídeo foi apagado.

De acordo com a Justiça, a guarda da criança havia sido repassada para uma tia dela. No entanto, em decisão liminar, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) tinha determinado que a guarda voltasse para a mãe.

Depois dessa decisão judicial é que a menina gravou o vídeo, no qual afirma que se recusa a deixar o local para voltar a morar com a mãe. "Eu me recuso a sair daqui sem ser com o meu pai, então me ouçam. O Artigo 16 do ECA diz que eu tenho direito de expressão então eu quero ser ouvida e quero que as minhas vontades sejam feitas", argumenta.

Porém, nesta quinta-feira, houve outra decisão sobre a guarda. A desembargadora Antônia Siqueira Gonçalves Rodrigues, do TJMT, reconsiderou a decisão anterior e repassou a guarda novamente à tia, a pedido do pai da menina, e cita no processo a repercussão do vídeo.

No pedido, o pai argumentou que a mãe da criança tinha omitido à Justiça, no pedido de retomada da guarda, os verdadeiros motivos pelos quais a filha estava com a tia e que o comportamento dela colocava a filha em risco, e pediu que ela continuasse com essa tia, que é madrinha dela e irmã da mãe. No entanto, o caso tramita em sigilo e, por isso, não há detalhes do processo.

No vídeo, a menina diz, inclusive, que já tinha fugido de casa por causa das agressões da mãe. "Hoje eu me encontro em uma situação muito difícil em que fugi de casa porque eu sofria agressões por conta do alcoolismo da minha mãe, agressões físicas e psicológicas. Foi solicitado que a guarda provisória ficasse com a minha madrinha, com a qual eu me encontro e infelizmente a nossa justiça brasileira, ministérios públicos, não querem me escutar então eu vim aqui para elevar a minha voz", afirma.

A Promotoria da Infância e da Juventude também acompanha o caso. Segundo o Ministério Público Estadual, o processo principal está em fase inicial e que ainda não chegou o momento das partes e envolvidos serem ouvidos.

 

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