Parceria com fomento de pesquisa pela Fapemat envolveu Unemat e Secretaria de Segurança Pública para desenvolver sistema e ter o conhecimento científico a serviço da melhoria da vida das pessoas
O protótipo criado por fomento da Fapemat para a gestão de equipamentos operacionais do 1º Comando do Corpo de Bombeiros de Cuiabá vai agilizar o atendimento das demandas da corporação. Quando implantado, a checagem feita de forma manual antes e após ocorrências agora será tudo por meio digital, com cadastro prévio de materiais, equipamentos e viaturas.
Na prática, é um dos exemplos para demonstrar a união do conhecimento científico para resolver questões práticas e a melhoria da oferta de serviços públicos para o cidadão. Por transferência de tecnologia, o protótipo é de propriedade da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) e pode ser replicado para os comandos das forças do setor.
O “Sistema de Gestão de Equipamentos Operacionais” desenvolvido pela Unemat foi apresentado ao presidente da Fapemat, Marcos de Sá Fernandes da Silva, ao pró-reitor de Administração da universidade, Tony Hirota Tanaka e ao comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Alessandro Borges Ferreira, e demais membros da corporação nesta sexta-feira (19.01).
A tecnologia utilizada para isso é a chamada Internet das Coisas (IoT, em inglês), onde objetos têm conexão digital para transmissão de dados, uma realidade que será mais comum com a internet 5.0.
Gestão e monitoramento
O sistema desenvolvido insere a automação para checagem de materiais e equipamento via sensores e etiquetas por rádio frequência. Através de um computador é possível um bombeiro militar fazer todo o procedimento e acompanhar situação dos equipamentos e materiais, se estão aptos para uso, em manutenção ou inservível. É uma ferramenta que possibilita gestão, controle e monitoramento.
O presidente da Fapemat explica que o protótipo lançado é mais uma prova de que o investimento da gestão Mauro Mendes em ciência, inovação e pesquisa pode melhorar a vida em sociedade. Ele resume o impacto social do investimento no médio e longo prazo para se desenvolver o protótipo em parceria da Sesp e Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).
“Os editais da Fapemat têm que ter conhecimento voltado para serviço da sociedade. Essa é a recomendação do governador Mauro Mendes. Que a Fapemat resolva os problemas ou ajude a resolver. A fundação vai aproximar a sociedade do conhecimento científico e melhorar a vida de todos”, afirma. “Comandante Alessandro, que esse protótipo se estenda a todo governo do Estado e, quem sabe, aos outros Estados também”, sugeriu o presidente Marcos. Ele relembrou a memória do professor Adriano Silva, falecido no ano passado. Ex-reitor da Unemat, ex-presidente da Fapemat e responsável pela iniciativa da parceria e edital em 2020.
O serviço foi possível devido ao edital 001/2020 lançado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT), em parceria com a Secretaria de Segurança Pública (SESP). Foram investidos R$ 200 mil e a construção e desenvolvimento do sistema demorou 8 meses. A pandemia fez o tempo total do trabalho ser de 14 meses.
O pró-reitor da Unemat, Tony Hirota Tanaka, destacou que o protótipo desenvolvido pela universidade é a “tríplice hélice empreendedora da integração Estado, universidade e sociedade”. Ele diz que a resposta do Corpo de Bombeiros para a sociedade será muito mais rápido.
“Nós da universidade entendemos, que se trabalharmos em conjunto, fazemos a diferença. Com pouco investimento, conseguimos entregar algo que se torna escalável. E vai trazer economia no Estado, não só de tempo, como de controle e de melhoria do investimento público. E com mais transparência para a sociedade. É a nossa resposta”, avalia.
O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Alessandro Borges Ferreira, destacou a entrega de uma tecnologia importante para aplicação direta do trabalho da corporação. “Essa transformação da Fapemat é importante para fomentar pesquisas e aplicar produtos com benefício direto ao cidadão. Parabéns à Unemat, ao professor coordenador Everton e toda equipe. Porque a Fapemat tem aplicado bem os recursos. Nossa corporação tem visão de futuro para evolução das nossas unidades, agregando tecnologia para facilitar nossos serviços”, comparou.
Ele disse que o Corpo de Bombeiros trabalha com intensa tecnologia. Com equipamentos de alto valor agregado e caros e há preocupação de zelo com os materiais. “São investimentos do governo do Estado, da sociedade para atendimento da população. Temos que ter controle, cuidado grande”, atestou o coronel Alessandro.
Sistema e seu impacto
O coordenador do projeto do protótipo “Sistema de Gestão de Equipamentos Operacionais”, professor Dr. Everton Nascimento, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), câmpus Barra do Bugres, explica o funcionamento do sistema.
“A ação foi totalmente automatizada por meio de sensores e etiquetas com Identificação por Rádio Frequência, RFID, que identificam todos os materiais dentro da viatura, e apontam com um checklist o que deveria estar na viatura, o que pode estar faltando ou estar inoperante, antes mesmo da viatura sair”, explica o professor.
Ele cita a solução como rotina de trabalho de profissionais para a conferência de materiais de uma unidade do Corpo de Bombeiros para atender ocorrência, graças às informações presentes nas etiquetas de cada equipamento e leitura feita pelas antenas de rádio frequência.
A agilidade pode ser comparada pelo fato de que sem o protótipo desenvolvido pela pesquisa a conferência é feita de forma manual, na ação chamada passagem de serviço. Quando o bombeiro militar responsável pela viatura no turno anterior faz a entrega da viatura para aquele responsável pelo próximo turno.
“O edital de fomento que lançamos possibilitou a aplicação do conhecimento, das técnicas existentes e da pesquisa para inovar um processo. Os profissionais envolvidos da Secretaria de Segurança, os professores e técnicos da Unemat e a corporação do Corpo de Bombeiros estão de parabéns. São essas soluções da ciência que precisamos ter, e é uma orientação do governador, que todo investimento traga resultado prático para todos os cidadãos”, afirmou.
O coordenador do projeto destacou ainda que o produto desenvolvido possibilita que o sistema, futuramente, seja expandido para outras unidades da corporação, e, dada à transferência de tecnologia, de propriedade da Secretaria de Estado de Segurança Pública, pode ser adaptada a outras situações.