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Serviço de Inteligência da Polícia acredita que o ex-policial Abel Cebalho foi morto por engano
Por Sinézio Alcântara
21/03/2022 - 13:43

Foto: reprodução

Pelo menos, uma das sete pessoas que morreram, nos últimos dias, na rivalidade entre facções criminosas, em Cáceres, aparentemente, não tinha envolvimento, direto, com controle do tráfico de drogas, razão da disputa entre os grupos. O ex-policial Abel Cebalho de Souza (46) pode ter sido morto engano.

     É o que revela uma fonte do serviço de inteligência da polícia. A pessoa marcada para morrer, no dia 02 de março, por uma das facções, era o ex-proprietário do estabelecimento comercial, localizado no bairro Jardim Aeroporto, arrendado, uma semana antes, por Cebalho.

     “As investigações apontam que ele (Abel Cebalho) pode ter sido morto por engano. O pessoal (membros das facções) estava à procura do dono do bar, que é um dos envolvidos no esquema” afirma o agente explicando que “tudo indica que, o homem que atirou, acreditou que estava atirando em outra pessoa”.

     O ex-policial foi executado com um único tiro dentro do olho. O crime ocorreu, por volta das 19h30, no bar que ele havia arrendado, recentemente. Imagens da câmera de segurança mostraram dois homens – um de verde e outro de coral – que disparam tiros contra a vítima.

     A polícia não informa a identidade da pessoa que era para ser morta. Contudo, admite que tem pistas que podem levar ao assassino do ex-policial. “As investigações continuam e brevemente deveremos prender o assassino”.

     A escalada da violência que deixou como saldo de sete mortes, em um período de menos de 14 dias – de 02 a 16 de março – começou exatamente, com a execução de Abel Cebalho. Além do ex-policial, nesse período foram mortos, no dia 4 de março, Geovane dos Anjos Reis, vulgo “Pezão”.

      No dia 06 de março, a polícia encontrou o corpo de Agton Francisco Novaes (37) no bairro da “Carne Seca”. Estava decapitado. O tronco foi encontrado envolto em um lençol. A cabeça foi retirada e encontrada, junto com os pés, em um saco de lixo.

      No dia 07 de março foi a vez de Gabriel Mendes da Silva. O rapaz de 27 anos foi executado com 4 tiros no bairro do DNER. O corpo foi encontrado pela guarnição da PM em um pequeno campo de futebol, localizado no fundo da sede do batalhão do Corpo de Bombeiros.

     No dia (13/03) domingo, foi a vez de o vendedor de espetinho, José Carlos de Barros (48 anos) ser executado. Ele foi alvejado com três tiros, quando trabalhava, na rua dos Tuiuiús, no bairro Cohab Velha.

     No dia 16 foram dois assassinatos. Ao amanhecer a polícia localizou o corpo Rean Kalei Vilasboas Andrade – 17 anos, em um terreno baldio, localizado no bairro Jardim Celeste, próximo a prefeitura. O corpo se encontrava com mãos e pés amarrados e parcialmente carbonizado.

    Por volta das 17 horas, a vítima foi Edmar Jorge de Oliveira Júnior, conhecido “Dentinho”, 38 anos. A execução ocorreu em um quartinho em que ele morava, aos fundos de um lava-jato, na Avenida Talhamares. Com exceção do ex-policial Abel Cebalho, todos têm passagens criminais.

Centenas de prisões

            Apesar das mortes a polícia, tanto a Civil quanto a Militar não têm poupado esforços para prender e desarticular as facções que em propagada o medo e o terror junto a população. De acordo com balanço das instituições, em menos de três meses foram 311 prisões; 21 armas apreendidas, 200 munições e 38 mandados de prisões cumpridos.  Os números apontam que o roubo reduziu 54% e o de furto 32% em relação ao mesmo período do ano passado.

 

 

 

 

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