O modelo de gestão adotado pelo governo do Estado, ao requisitar administrativamente o Hospital São Luiz, ao que parece ainda não surtiu os efeitos desejados. Se por um lado atendeu aos pedidos da maioria das autoridades e da população, tirando a administração da empresa Pró-Saúde acusada de inúmeras irregularidades e deixar o hospital à beira da falência, por outro lado fez aumentar a procura de atendimentos na UPA do município.
Desde a requisição administrativa do hospital, pelo Estado, no dia 28 de março, cresceu em mais de 35% a procura por atendimentos de urgência e emergência na Unidade de Pronto Atendimento, impactando principalmente, no consumo de insumos, medicamentos e exames laboratoriais.
De acordo com Relatório de Atendimento Consolidado, da Secretaria Municipal de Saúde, de 28 de janeiro a 07 de fevereiro de 2022, foram realizados na UPA 1.932 atendimentos; de 28 de fevereiro a 03 de março, 1.692 e de 28 de março a 7 de abril, contabilizados 2.343 atendimentos. Foram 651 atendimentos a mais em relação ao período de 28/02 a 07/03, equivalente a 38,60% e 411 a mais no período de 28/01 a 07/02, correspondente a 21,30%. A situação é preocupante, levando em conta, de que a procura por atendimentos na UPA, desde a requisição administrativa do Hospital São Luiz, é até maior do que, no início do ano, em razão da pandemia.
E, o que é ainda pior, conforme a Secretaria de Saúde, o aumento dos atendimentos, resulta em maior volume de consumo de medicamentos e exames na UPA. “A procura é proporcional aos medicamentos. Aumentando os atendimentos, automaticamente, aumenta o consumo de medicamentos e exames laboratoriais” assinala a secretária Elis.
A secretária ressaltou que a sobrecarga de trabalho e o aumento do consumo de medicamentos, exames laboratoriais e de imagens, diante do volume de procura na UPA, foi informada à prefeita Eliene Liberato Dias, a Procuradoria Geral do Município (PGM) e ao Ministério Público Estadual (MPE).
O objetivo, de acordo com Elis Fernanda, é “resguardar” a Secretaria de Saúde, de eventuais reclamações de demora nos atendimentos e, sobretudo, possíveis, desabastecimentos de medicamentos. “Estamos comunicando a prefeita a Procuradoria Geral do Município e ao Ministério Público sobre a situação. Inclusive, já começam a faltar insumos básicos e medicamentos”.