Nesta sexta-feira (01/07), a prefeita Eliene Liberato Dias fez um desabafo sobre a greve dos professores da rede municipal de ensino.
“Chegamos onde deu, oferecemos o que podíamos. No início do ano demos uma reposição de 14,38% para todos os servidores. Por vivermos momentos de incertezas econômicas, fizemos uma proposta arriscada agora, de dar mais 3% aos professores, e esse aumento poderia comprometer o limite de gastos com pessoal, mas garantimos essa oferta. Propusemos, ainda, uma outra avaliação das receitas no final do segundo quadrimestre, assinalando a possibilidade de conceder mais um percentual dependendo da receita, e infelizmente a categoria resolveu manter a paralisação”, comunicou Eliene.
A gestora ainda ressaltou que o Fundeb estabelece que no mínimo 70% deve ser aplicado no pagamento de salários de professores, e o município ultrapassa esses percentuais.
A prefeita disse que está adotando medidas de contenção de gastos na prefeitura, visando a melhoria da saúde financeira da prefeitura. “Sinceramente, não esperava essa reação, o município está fazendo todo o possível para dar aos educadores o que eles merecem, acredito não há motivo para greve. Desde o primeiro dia desta administração a educação vem sendo priorizada. Capacitações, formações, computadores para os professores, reformas de escolas, construção de escola, climatização de salas de aula, lousas de vidro, uniformes, kits escolares, merenda de qualidade, transporte escolar e tantos investimentos pedagógicos e materiais. Respeito a classe, também sou professora, mas não posso concordar com essa greve” destacou Eliene.
Com relação a liminar da justiça, que determinou a volta dos professores para sala de aula, Eliene se posicionou. “Não é minha vontade, mas devo cumprir, a partir de hoje, a decisão da liminar na justiça, que obriga os professores a retornarem para suas atividades laborais. Todos estão cientes desta decisão e suas consequências”, salientou.
Segundo ela, os estudantes já foram seriamente privados do estudo pelos dois anos sem aulas presenciais e, com a paralisação, terão ainda mais perdas no processo de aprendizagem. Ela assinalou o esforço feito pela prefeitura para levar as crianças de volta para as escolas, após o retorno das atividades presenciais nas unidades de ensino. “As crianças e adolescentes são os mais afetados, ficaram dois anos longe da escola e agora novamente são prejudicados com essa interrupção das atividades pedagógicas. É evidente que haverá um agravamento nas dificuldades do aprendizado dos alunos”, avaliou a prefeita.
Para ela, além da parte pedagógica, uma grande parcela de alunos tem na merenda escolar sua principal refeição, onde os nutrientes básicos necessários são calculados por nutricionistas. “Essa merenda está fazendo falta”, tenho certeza.
Ainda tem os pais das crianças da educação infantil (creches), que com a paralisação são prejudicados ao não ter com quem deixar seus filhos.
Eliene disse que outros sérios prejuízos advêm da greve. “Além delas, as crianças, os pequenos produtores rurais também têm perdas, pois a prefeitura adquire da agricultura familiar em torno de 4 mil reais em produtos por dia para a confecção da merenda escolar. Outro prejuízo latente é com o transporte escolar público, onde mantemos convênio com o estado para transportar os alunos da rede estadual e nossos ônibus estão rodando somente com esses alunos. E, no período de reposição das aulas teremos que arcar sozinhos com os custos desse transporte. É prejuízo social e financeiro”, concluiu a administradora.