Pedro Henry afirma que deixará a política
Por Diário de Cuiabá
24/12/2012 - 11:26
A condenação por envolvimento no “Mensalão” marca o fim da trajetória política do deputado federal mato-grossense Pedro Henry (PP). Legalmente, o progressista poderia retornar ao cenário político daqui a 15 anos e 2 meses, mas ele já comunicou os companheiros de partido que deixará definitivamente a vida pública.
Além de ter sido condenado a 7 anos e 2 meses de prisão em regime semiaberto pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Henry foi declarado inelegível pelo período de oito anos, que começará a contar após o cumprimento da pena. Também terá que pagar multa de R$ 932 mil.
Segundo o secretário-geral da legenda em Mato Grosso, deputado estadual Ezequiel Fonseca, a intenção de Henry é retomar os trabalhos como médico anestesista. “Ele ficou chateado com todos os acontecimentos e já decidiu que vai se afastar da política e se dedicar à profissão”.
Fonseca lamenta a condenação do companheiro de partido e afirma que Mato Grosso perderá com sua saída do Congresso Nacional. “Ele foi um político que realmente angariou seu espaço como deputado federal no Congresso Nacional. Muitas emendas parlamentares foram encaminhadas ao Estado durante o seu mandato e muitos municípios foram beneficiados com os recursos”.
Pedro Henry iniciou sua trajetória política como vice-prefeito de Cáceres. Eleito pelo PPS, ele permaneceu no cargo de 1992 a 1996. De 1995 a 1996, respondeu pela presidência da extinta Sanemat. Em 2011, assumiu a Secretaria de Estado de Saúde, mas deixou o cargo em janeiro de 2012.
Ainda no PDT, foi eleito para o primeiro mandato de deputado federal em 1995 e permaneceu na Câmara Federal de 1996 a 1999. De 1999 a 2003, cumpriu seu segundo mandato, pelo PSDB. De 2003 a 2007, foi reeleito pelo PPB, retornando em 2007 já pelo PP. Em 2010, foi eleito mais uma vez deputado federal para exercer mandato até 2014.
Conhecido pela sua influência no Congresso, Henry chegou a ser convidado para assumir o Ministério dos Esportes na gestão do ex-presidente Lula (PT), mas não foi efetivado no cargo porque seu nome enfrentou resistência dentro do partido.
Em outubro deste ano, Henry foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no esquema que consistiu no pagamento de recursos a parlamentares do Partido Progressista (PP) em troca de apoio político ao governo do PT nas votações realizadas no Congresso durante o primeiro mandato de Lula.
A pena de 7 anos e 2 meses de prisão em regime semiaberto foi fixada em julgamento realizado no dia 26 de novembro. No último dia 17, ele e outros dois deputados federais condenados no esquema tiveram os mandatos cassados pelo Supremo.
A Procuradoria Geral da República chegou a pedir a prisão imediata dos condenados, porém, o presidente do STF e relator do processo do Mensalão, ministro Joaquim Barbosa, negou o pedido.