Nos últimos anos, o estado vem liderando as ocorrências de conflitos por terra no Centro-Oeste. Famílias acampadas na sede do Incra desde a manhã de terça, 23, também participarão do ato. Trabalhadores cobram acesso aos processos referentes às áreas que ocupam, agilidade no cumprimento das medidas e criação de projetos de desenvolvimento sustentável e vistorias.
No terceiro dia da 2ª Semana de Resistência Camponesa, nesta quarta, 24, às 09 horas (horário de Cuiabá), as entidades que promovem e apoiam o evento, realizam, na Assembleia Legislativa do Mato Grosso (ALMT), no Centro Político Administrativo (CPA) de Cuiabá, o lançamento da da Campanha Contra a Violência no Campo: em defesa dos povos do campo, das águas e das florestas.
Participam do evento Carlos Lima, da coordenação nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Idalice Nunes, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Moisés Bispo, da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), Inácio Werner, do Fórum de Direitos Humanos e da Terra (FDHT-MT).
Desde 1º de janeiro de 2016 até 25 de julho de 2022, a CPT registrou 276 ocorrências de assassinatos por conflitos no campo, sendo 98 destes de sem-terra e 54 de indígenas. Nesses casos está incluso o emblemático Massacre de Colniza (MT), ocorrido no ano de 2017, quando nove posseiros do Projeto de Assentamento (P.A) Taquaruçu do Norte foram assassinados por pistoleiros contratados a mando de um empresário madeireiro.
Para o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o ano de 2021 foi marcado pelo aprofundamento e pela dramática intensificação das violências e das violações contra os povos indígenas no Brasil. Aumentou, pelo sexto ano consecutivo, os casos de invasões possessórias, exploração ilegal de recursos e danos ao patrimônio”. Em 2021, a entidade registrou a ocorrência de 305 casos do tipo, que atingiram pelo menos 226 Terras Indígenas (TIs) em 22 estados do país.
Saiba mais: Mato Grosso continua líder em ocorrências de conflitos por terra no Centro-Oeste, mostra relatório da CPT
Diversas ações
Na quinta-feira, dia 25, a 2ª Semana de Resistência Camponesa promoverá ainda o Seminário Luta pela Terra e Agroecologia: resistência e bem viver. E na sexta, 26, as famílias realizam uma feira com as suas produções.
O evento é realizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) Regional Mato Grosso, com o apoio do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Fórum Mato-Grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad), MST, 28º Grito dos Excluídos, Fórum de Direitos Humanos e da Terra do Mato Grosso (FDHT-MT), CNBB Regional Oeste 2, Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (Jura-UFMT) e Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador (NEAST-UFMT).
Fique por dentro
Conheça e faça a adesão à Campanha
Acesse a publicação recém-lançada do Cimi: Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil – dados de 2021
Confira o relatório anual da CPT: Conflitos no Campo Brasil 2021
Acompanhe a transmissão ao vivo nas páginas no Facebook da @CPTNacional (https://bit.ly/3CcQpjf), @mtformad ou @fdhtmatogrosso.