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244 ANOS – Cáceres é um lugar pra chamar de seu
Por Eduardo Gomes
06/10/2022 - 08:55

Foto: José Luiz Medeiros

Cacerense não é somente aquele que nasce no município. Quem o escolhe para viver é adotado e ganha a naturalidade da Terra de Albuquerque.  Há mais de dois séculos a cidade recebe gente de todos os cantos do mundo e sua base populacional é a mais eclética possível. No começo do século passado chegaram os irmãos Castrillon, oriundos da Espanha; também daquela época o desembarque de famílias árabes, que estabeleceram-se nas ruas Comandante Costa, Coronel José Dulce, 6 de Outubro e outras, onde dominam o comércio varejista.

O médico, jornalista e líder da revolução baiana Sabinada, Francisco Sabino Vieira, após condenação e comutação de sua pena capital viveu em Cáceres. Reconhecendo seu trabalho a cidade lhe rende homenagem: uma rua recebeu o nome de Dr. Sabino Vieira.

A Sabinada foi um revolução separatista, que ocorreu entre 6 de novembro de 1837 e 16 de março de 1838 tendo à frente o Dr. Sabino Vieira e João Carneiro da Silva.

Sufocado o levante, Dr. Sabino Vieira foi condenado à morte e sua pena comutada em degredo. Foi levado para Cáceres, onde exerceu a medicina em caráter humanitário, tanto na cidade quanto na vizinha fazenda Jacobina.

Roosevelt e Rondon

Em sua expedição pela Amazônia em 1913/14, o ex-presidente americano Theodore Roosevelt passou por Cáceres acompanhado pelo futuro Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.

A sanguinária Coluna Prestes cruzou as terras cacerenses em sua fuga para a Bolívia.

No campo da memória militar Cáceres reverencia o sargento do Exército Luiz Geraldo da Silva, ao qual deu o nome de seu estádio municipal e o popularizou enquanto Estádio Geraldão. Luiz Geraldo da Silva morreu nos campos de batalha na Itália, lutando contra o nazismo e o fascismo nas fileiras da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Foi um dos 16 mato-grossenses que derramaram sangue e perderam a vida na Segunda Guerra Mundial

Cáceres enfrenta problemas com o narcotráfico. Por sua localização na fronteira com a Bolívia tornou-se rota da cocaína. Parte da população carcerária feminina cacerense é formada por bolivianas presas transportando pequenas quantidades de drogas. Essas mulheres são chamadas de “mulas” – mesmo tratamento dispensado aos homens.

Cáceres, banhada pelo rio Paraguai, é um dos cinco municípios na fronteira com a Bolívia, com 983 quilômetros – 730 quilômetros em solo firme. Esse grupo se completa com Poconé, Porto Esperidião, Vila Bela da Santíssima Trindade e Comodoro.

1 – José Medeiros
2 – Biblioteca do Senado

 

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