Caos anunciado: A população de Cáceres pode ficar sem médicos para atendimentos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) nos finais de semana e nos feriados, como no Natal e Ano Novo. Diante do baixo valor pago pela Secretaria Municipal de Saúde, os profissionais se recusam a tirar plantões nas unidades de saúde.
O caos já começou no último final de semana, quando apenas um médico (são três por plantão) se prontificou a tirar plantão na UPA provocando tumulto e reclamações de pacientes. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em média são atendidos, nos finais de semana normal, cerca de 300 pacientes.
Já nos feriados, principalmente Natal, Ano Novo e Carnaval, conforme a secretaria, esse número praticamente se duplica. “Nos feriados como Natal, Ano Novo e Carnaval, devido ao alto consumo de álcool pela população o número de atendimentos é, praticamente, o dobro” afirma a secretária Marilsi das Dores Queiróz.
Diante da gravidade, a Prefeitura e a Câmara correm contra o tempo para normalizar situação, antes do final do ano. Ainda hoje, os vereadores se reúnem, em sessões extraordinária, com técnicos da Secretaria de Saúde, para votar um projeto de lei do Executivo para “corrigir” o impasse e evitar o caos.
Atualmente a diária paga por plantão médico de 12h é de R$ 600. Com a proposta contida no projeto o valor será R$ 120 por hora, o que daria de R$ 1.420. Além disso, o projeto prevê também majoração no valor das consultas médica que atualmente é de R$ 76,36 para especialistas e R$ 51,28 para clínicos-gerais.
A decisão dos médicos em deixar a população sem atendimento nos finais de semana e feriados na UPA provocou mal-estar entre o Executivo e Legislativo. Alguns vereadores responsabilizam a administração pela demora na solução do problema. Por outro lado, a prefeitura diz que a culpa é da Câmara.
“A prefeitura não pode transferir para Câmara uma ação que é de sua responsabilidade” afirmou o presidente da Comissão de Saúde, vereador Luiz Landim (PV), justificando que “primeiro demoraram para enviar o impacto financeiro que irá causar o projeto, depois pretendiam fazer com que os vereadores aprovassem um projeto, em relação aos valores das consultas, totalmente, injusto para os para os nossos médicos”.
Por outro lado, a administração reage: “O projeto foi encaminhado para a Câmara no dia 25 de outubro. Ou seja, quase dois meses. Depende apenas dos vereadores” ressaltou o Secretário de Assuntos Estratégicos, Fransergio Piovesan. A prefeita Eliene Liberato Dias, também cobra do Legislativo a aprovação imediata do projeto.