Exposição com oficinas e workshops será realizada entre os dias 25 a 29 de setembro, em La Paz, capital da Bolívia
A cultura e a gastronomia do Pantanal mato-grossense serão apresentadas durante uma exposição realizada para mostrar o potencial econômico pantaneiro e abrir as portas para o mercado internacional na Bolívia. Com o objetivo de proporcionar oportunidades, conexões, desenvolvimento da economia criativa e fomento ao empreendedorismo, o evento ‘Compassos Pantaneiros’ contará com exposição, mostras audiovisuais e oficinas.
A iniciativa do Sebrae/MT (Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas em Mato Grosso) em parceria com a Embaixada Brasileira na Bolívia e o Instituto Guimarães Rosa, será realizada entre os dias 25 e 29 de setembro, no Centro Cultural da Embaixada Brasileira, em La Paz, para fomentar os produtos e serviços culturais originários do bioma Pantanal.
A capital boliviana será o palco de empreendedores que expressam a linguagem criativa pantaneira na área da música, artesanatos, gastronomia, artes visuais, audiovisual e literatura. O diretor Técnico do Sebrae/MT, André Schelini ressalta a valorização da cultura pantaneira como geração de renda para os pequenos negócios locais.
“O Sebrae Mato Grosso tem como uma das prioridades a extensão da economia criativa por meio da inclusão produtiva no estado, valorizando os territórios e as vocações locais. O Pantanal já é conhecido no mundo todo, agora, temos como objetivo a internacionalização desse ativo cultural para transformá-lo em oportunidades de negócio para a população local”, diz Schelini.
Desde 2021, o Sebrae/MT atua diretamente com a população do bioma por meio do Pró Pantanal, que surgiu para ajudar na recuperação econômica dos negócios instalados no território que foram impactados pela seca extrema e estiagem. Portanto, o ‘Compassos Pantaneiros’ surgiu para criar possibilidades de desenvolvimento econômico partindo das atividades criativas oriundas da vivência local.
A economia criativa em Mato Grosso contribui com 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), no Brasil. Segundo o gestor de Economia Criativa do Sebrae/MT, Felipo Abreu, o dado é significativo, pois representa quase R$200 milhões e mostra o quanto este segmento tem potencial para se desenvolver e crescer. Por este motivo, o Sebrae/MT atua para maximizar as oportunidades, por meio de participações em festivais, bienais, mostras, ou feiras dentro e fora do Brasil, com as criações realizadas localmente no Pantanal.
“Este evento levará oportunidades de negócios futuros para esses pequenos empreendedores que tem um potencial gigantesco e de qualidade para entrar no mercado externo, que já demonstra interesse em consumir esses produtos brasileiros. Queremos abrir essa conexão e network para que os pequenos empresários vejam as possibilidades de conquistar o mercado em vários setores, desde o microempreendedor individual até a microempresa, ou até uma empresa de pequeno porte. E a Bolívia por ser um país vizinho ao nosso, e ter uma parte do Pantanal inserida em seu território, com certeza poderá somar neste processo de desenvolvimento”, afirma Abreu.
Desenvolvimento territorial
O Pantanal possui uma área com mais de 250 mil km² que abrange além de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, os países da Bolívia e Paraguai. Essa conexão entre o bioma fez parte do estudo de viabilidade para internacionalizar os produtos culturais do Pantanal. O gerente de Desenvolvimento Territorial do Sebrae/MT, Sandro Rossi, aponta que o objetivo é internacionalizar processos, levando em conta a maturidade dos negócios e empresas envolvidas.
“A contribuição direta concentra-se na promoção da economia criativa, que desempenha um papel crucial na internacionalização”, completa Sandro.
Atrações do evento
A exposição do Compassos Pantaneiros conta com a curadoria de Ruth Albernaz com diversos artistas que contemplam a narrativa Pantanal, além de show musical da Estela Ceregatti com repertório pantaneiro de fronteira, inclusive ela compôs uma canção exclusiva para o evento. Também haverá workshops de sonoridades do Pantanal, incluindo Cururu e Siriri, com o grupo da Estela Ceregatti. O artista visual Carlinhos Viana vai aplicar uma oficina de pintura artística pantaneira.
Ainda no evento, a ceramista Aline Bazzi apresentará o processo de construção de cerâmica e um momento de reflexão sobre a produção contemporânea. A ceramista Nice Aretê fará uma roda de conversa sobre a conexão entre Pachamama (mãe-terra na cultura andina) e as questões do Pantanal e Amazônia. A programação conta com a mostra Sentimento do Pantaneiro em audiovisual, com seis obras narrando sobre o Pantanal, mediada por Gloria Albués e Felipe Albués, produtores cinematográficos locais, com a curadoria do Cineclube Coxiponés-UFMT.
Além disso, na abertura oficial do evento, o chefe Marcelo Cotrim apresentará um cardápio criado exclusivamente para o ‘Compassos Pantaneiros’, onde ele propõe uma aproximação entre os manifestos da cultura alimentar entre o Brasil e a Bolívia, com produtos e inspirações de ambos países, com foco na cultura do patrimônio alimentar do Pantanal.