O 2º Prêmio MTArtes revelou na noite da última quarta-feira os melhores artistas do estado. Selecionados por jurados específicos, foram apresentados os vencedores nas categorias de Artes Visuais, Audiovisual, Dança, Literatura, Música e Teatro.
O escritor Edson Flávio foi um dos que trouxeram o troféu para Cáceres, vencedor na categoria Literatura com o seu segundo livro de poemas “Intermitência”, publicado pela Editora Carlini & Caniato.
O autor, embora não tenha nascido na cidade, intitula-se cacerense por viver aqui desde a infância. É funcionário público e professor da Pós-graduação em Estudos Literários da Unemat e da MT Escola de Teatro. Seu apreço pela poesia surgiu ainda na adolescência quando estudava no ensino médio.
Seu primeiro livro, Aldrava (2020), lançado durante a pandemia obteve a marca de quase 2 mil exemplares. Intermitência (2023) surge na cena literária do estado revelando um autor que amadureceu artisticamente e fixa uma verve literária intensa e verdadeira.
“É a segunda vez que eu concorro ao prêmio. Na primeira vez fiquei muito feliz em estar entre os dez finalistas e não fiquei triste por não ter ganho. Esse ano eu também estava contente em ser selecionado e quando anunciaram meu nome eu demorei a acreditar no que estava acontecendo. Foi um momento incrível. Ainda não caiu a ficha”, disse Edson Flávio à redação.
O evento que reuniu grande parte dos artistas contemporâneos do estado aconteceu no Cine Teatro e contou com a apresentação de artistas como DJ Taba, Tami, Kebra, Cena Onze – Negritude, Eduardo Buttaka, Sueli Batista, Karina, Billy Espíndola, Beto Dois a Um, Grupo Buriti Nagô, Flor Ribeirinha, Mônica Seven e Karina Rodrigues. Além dos cerimonialistas Elias Neto, Camila Freitag, Mônica Seven e Andreel Ferreira.
na sarjeta
eis-me aqui a passar meu pires diário,
mendigando nas ruas da vida.
saí de casa atrás de amor
e acabei na sarjeta, sem dignidade, sem nada
à espera de ajuda alheia.
vejo você passando na minha frente.
gastei o que era precioso.
investi e perdi tudo.
hoje
recolho migalhas de atenção.
restos de carinho
ofertados quando ninguém mais os quer.
errante sigo.
errando vou