Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Feminicida afirma que arrastou vítima pelas ruas por estar 'surtado' e precisar se livrar do corpo
Por Sabrina Ventresqui
04/06/2024 - 16:52

Foto: reprodução

Em depoimento à Polícia Civil, Wellington Honorato dos Santos, de 32 anos, confessou ter matado a namorada Bruna de Oliveira, de 24 anos, e reiterou que cometeu o crime porque estava sob a influência de cocaína e álcool. Ele justificou ainda que decidiu amarrar a vítima em sua motocicleta e arrastá-la pela cidade por estar em ‘surto’ e entender que precisava se desfazer do corpo. O acusado é natural de Alagoas. Naquele estado, ele tem passagens criminais por violência doméstica.

As informações foram concedidas pela delegada Renata Evangelista, da Delegacia de Sinop (500 km de Cuiabá), em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (4).

À polícia, o acusado afirmou que decidiu matar Bruna depois de uma discussão e detalhou os pormenores do feminicídio.

“O suspeito alega que estava consumindo entorpecentes com a vítima, estava cheirando cocaína e bebendo álcool com a vítima e, depois, em uma discussão, ele teria ‘voado’ no pescoço dela, lançado ela ao chão, batido a cabeça com força no chão até ela desfalecer. Nesse momento, ele entendeu que teria matado ela e precisaria tirar o corpo dali. Ele teve a ideia de pegar uma corda que estava na casa, uma corda fina que teria deixado uma marca de esgorjamento, no qual o perito constatou. Depois, amarrou a corda na vítima e teve a ‘brilhante ideia’ de amarrá-la na moto e sair arrastando pela cidade”, explicou Evangelista.

Segundo  a autoridade, ele justificou que amarrou a vítima porque estava surtado e precisava se livrar do corpo.

“Ele alega que, na hora, foi a única ideia que ele teve. Ele tinha a moto, olhou que estava na porta da quitinete e teve a ideia de pegar a corda e amarrar. Ele entendeu que não teria outra maneira de carregá-la e resolveu amarrar o pescoço dela e arrastar até o valetão. Ele diz que lembra que estava surtado. Ele afirma que entendeu que tinha matado [a vítima] e que precisava ‘dar cabo’ desse corpo”, completou a delegada.

Depois de matar Bruna, o acusado voltou para a casa no conjunto de quitinetes onde ocorreu o crime e tentou limpar o imóvel. No entanto, as marcas de sangue permaneceram no chão. 

A vítima tinha passagens criminais por tráfico de drogas e era monitorada por tornozeleira eletrônica. Contudo, essa informação não é relevante para a investigação, conforme Renata Evangelista.

“O fato de ela usar tornozeleira eletrônica a gente considera irrelevante. O fato de ela ter cometido algum crime não justifica ninguém a matar, amarrar como se fosse um saco de batatas e sair arrastando essa pessoa por onde quer que seja”, pontuou a delegada.

O suspeito foi preso na noite desta segunda-feira, em Nova Maringá (379 km da Capital), mas ainda não passou por audiência de custódia, uma vez que a Polícia Civil tem 24 horas para finalizar o flagrante. Ele responderá por feminicídio e ocultação de cadáver. 

 

 

 

 

 

 

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