Além de consumir milhares de hectares, os incêndios florestais, decorrentes do estiagem prolongada, está deixando um rastro de destruição, ao meio ambiente, no Pantanal Mato-grossense. Em Cáceres, um dos municípios mais afetados, o principal rio do Pantanal, o Paraguai, apresenta o menor volume de água que se tem notícia. Nesta semana, em alguns pontos registrou 26 centímetros.
Nas região da fronteira o cenário é desolador. Com o rio e os poços, praticamente, secos muitos animais já morreram e os moradores estão com escassez de água, inclusive, para o consumo próprio.
Em alguns trechos do rio, uma cena até então inusitada se tornou frequente: sem ter para onde ir, devido a falta de água, algumas espécies de peixes de grande porte, como pintados, se “acomodam” em pequenas poças de água e são resgatados, à mão, por moradores ribeirinhos e levados para pontos, onde há maior volume de água.
Na região da morraria, muitas propriedades foram, totalmente, destruídas pelo fogo. A vegetação e plantações se transformaram em um amontoado de cinzas, ao longo de dezenas de quilômetros. Como se não bastasse a falta de água e alimentos, os animais tem enfrentado uma verdadeira luta para escapar do fogo que se alastra em todas as direções.
Comandante-regional do Corpo de Bombeiros, em Cáceres, major Leandro Alves reafirma que a maioria dos incêndios são criminosos. Causados pela ação humana. Mas a situação se agravou no fim do ano devido à uma seca excepcional”.
O Pantanal está localizado em uma região de mais de 170 mil km², ao sul da Amazônia, e se estende por Brasil, Bolívia e Paraguai. De acordo com o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), este bioma abriga 656 espécies de aves, 159 mamíferos, 325 peixes, 98 répteis, 53 anfíbios e mais de 3.500 espécies de plantas.
Ação emergencial em Cáceres
Diante da verdadeira tragédia, o prefeito em exercício de Cáceres, o médico Odenilson Silva recorreu as forças armadas e entidades civis organizadas para ajudar no combate aos incêndios florestais no município. Entre os parceiros Odenilson pediu apoio do Exército e do Sindicato Rural, para se aliar ao Corpo de Bombeiros e a prefeitura.
A proposta será a composição de um grupo, liderado pelo Corpo de Bombeiros e um representante da prefeitura e outros das entidades civis para a elaboração de um Plano de Estratégia Operacional para dar início aos trabalhos.
Foto: Deny Kobayashi
Representante do Chefe do Setor de Operações do Exército, em Cáceres, capitão Rodrigo Santana, presente na reunião realizada na sexta-feira (13) onde se decidiu pela formação da “Força Tarefa” assinalou que, embora a unidade disponha de equipamentos, para ajudar na ação, dependerá da autorização superior. E, que o comando do batalhão estaria entrando em contato para viabilizar.
Vice-presidente e presidente do Sindicato Rural, Aury Rodrigues e Ricardo Castella, respectivamente, garantiram apoio “incondicional” do sindicalistas. “Iremos ajudar em tudo que for possível. Daremos todo apoio logístico necessário” disse Castella. “O momento é de união. Juntos vamos salvar vidas e o meio ambiente” afirmou Rodrigues.
Reprodução/Amilton Álvaro Brandão
Diretor administrativo do Hospital Regional, Onair Nogueira, enfatizou que “as portas do hospital estarão abertas para ajudar no socorro a todos, nesse momento de extrema dificuldade. Principalmente, os que estiverem ligados ao combate aos incêndios florestais”.
Além do Exército a ação liderada pelo Corpo de Bombeiros e prefeitura municipal, contará com a participação de outras forças de segurança como a Polícia Militar, PRF, Marinha do Brasil e entidades civis organizadas, como por exemplo, Sindicato Rural, Sema, Águas do Pantanal, Hospital Regional, Sema, entre outros.