Dois adultos foram presos e três adolescentes foram apreendidos por envolvimento no sequestro e homicídio das irmãs Rayane Alves Porto, de 25 anos, e Rithiele Alves Porto, de 28 anos, na manhã de quinta-feira (26), no âmbito da Operação Circus, em Porto Esperidião (320 km de Cuiabá). Ao todo, já são 16 pessoas presas por envolvimento no caso.
Segundo o delegado de polícia responsável pela investigação, Fabrício Garcia Henriques, com a investigação concluída, a Polícia Civil identificou todos os responsáveis pelo crime, chegando a 16 pessoas, sendo oito adultos e oito adolescentes envolvidos nos crimes.
“Mais uma vez, a Polícia Civil de Mato Grosso cumpriu o seu objetivo e elucidou um caso complexo, bárbaro e de grande repercussão social. Em apenas 10 dias, após um trabalho árduo das equipes de investigação, identificamos todos os suspeitos e apuramos todas as circunstâncias do fato”, destacou o delegado.
A investigação apurou que o crime não teve motivação política.
A partir de agora, o inquérito policial e o procedimento referente aos adolescentes serão encaminhados ao Ministério Público e Poder Judiciário.
Os envolvidos foram indiciados pelos crimes de organização criminosa, extorsão mediante sequestro, extorsão mediante sequestro qualificada pela morte (duas vezes), extorsão mediante sequestro qualificada por lesão grave, tortura e furto.
Se aplicadas ao máximo previsto em lei, no caso dos adultos, as penas podem ultrapassar 120 anos de reclusão. O crime de extorsão mediante sequestro com resultado morte tem a pena mínima estabelecida em 24 anos.
O nome da operação é uma homenagem às vítimas. As irmãs e sua família eram artistas circenses.
O CRIME
As irmãs foram sequestradas na madrugada do sábado, 14 de setembro, enquanto estavam no Festival de Pesca de Porto Esperidião. Elas foram levadas para uma casa na região central da cidade, onde foram torturadas e mortas a facadas. Outros dois jovens também foram raptados, mas conseguiram fugir antes de serem mortos. Um dos rapazes é irmão de Rithiele e Rayane e teve as dedos e uma das orelhas mutiladas.
A ordem de tortura e execução partiu de uma das lideranças do Comando Vermelho depois de ver uma foto das irmãs, publicada nas redes sociais, em que elas aparecem fazendo um gesto com as mãos, com o número '3', em suposta alusão ao Primeiro Comando Capital (PCC), rivais do CV.