Hoje, sexta-feira, 28 de março de 2025, o município de Cáceres (a 210 km de Cuiabá), prestará homenagem aos 80 anos da morte do Sargento Luiz Geraldo da Silva, carinhosamente conhecido como “Geraldão”. O sargento tombou em combate na cidade de Lazzari, Itália, em 28 de março de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial.
De acordo com relatos de seus comandados, o sargento foi designado para realizar uma patrulha de reconhecimento perto de seu destacamento quando foi atingido por disparos de metralhadora em uma das pernas. Mesmo ferido, ele conseguiu se sentar e ordenou que sua tropa respondesse ao fogo inimigo e que um militar informasse o ocorrido aos seus superiores. Infelizmente, nesse instante, ele foi novamente metralhado, desta vez, fatalmente.
Em reconhecimento à sua bravura e sacrifício, o Sargento Luiz Geraldo da Silva recebeu duas medalhas póstumas: a Medalha de Campanha e a Cruz de Combate de 1ª Classe.
Como forma de perpetuar sua memória, o ex-prefeito de Cáceres, José Souto da Costa e Faria, conhecido como Zé Fon (já falecido), nomeou o Estádio Municipal em homenagem ao Sargento Luiz Geraldo da Silva. O “Geraldão” é um dos principais estádios de Mato Grosso, palco de importantes disputas de futebol profissional, onde o Cacerense Esporte Clube conquistou duas vezes os troféus de Campeão Estadual e da Copa Mato Grosso.
(foto reprodução)
Curiosamente, foi nesse estádio que o então goleiro Rogério Ceni fez sua estreia aos 16 anos, atuando pelo Sinop Futebol Clube. Ele era o terceiro goleiro da equipe, mas devido à suspensão do titular e à contusão do segundo goleiro no aquecimento, o treinador o escalou para o jogo. O estádio lhe trouxe sorte, pois ele defendeu uma penalidade e se tornou o goleiro titular da equipe.
O historiador Sandro Miguel de Paula, especialista em Forças Armadas e Cultura Mato-grossense, relata em sua obra “Pracinhas Pantaneiros na Itália: a Cobra já Fumava” que o 2° Batalhão de Fronteira em Cáceres cedeu 28 militares para compor o efetivo de 25 mil homens que combateram o nazismo na Itália. Destes, quatro morreram em combate:
Sargento Wilson Abel de Oliveira, natural de Água Limpa (MG), mas servindo no Batalhão de Fronteira, tombou em 26 de março de 1945.
Soldado Lucindo Nepomuceno Cebalho, natural de Cáceres, morreu na cidade de Montese em 14 de abril de 1945.
João Inácio do Nascimento, também de Cáceres, caiu mortalmente em 24 de novembro de 1944.
Aprígio Verano Pinto, ferido na última incursão contra os nazistas, foi socorrido para o Brasil, mas faleceu no Hospital do Exército no Rio de Janeiro.
O Tenente Coronel Alex Jesus Soares destacou a importância de reverenciar esses heróis, os “Pracinhas Pantaneiros”, cujos atos de bravura servem de referência para todos os integrantes do Batalhão de Fronteira em Cáceres até os dias atuais.