O público vai mergulhar na herança africana, nos saberes ancestrais, mitologias fascinantes, e conhecer pessoas negras que mudaram o rumo da história do Brasil
O espetáculo Sankofa, um dos sucessos de público pelo ator André D’Lucca, que apresenta o letramento racial e a ancestralidade, em um resgate histórico de identidade, pertencimento e resistência do povo e da cultura negra, estreia em São Paulo, no Espaço dos Parlapatões, no Centro da capital paulista, na Praça Roosevelt, entre os dias 10 e 13 de julho. O monólogo Sankofa traz um enredo que revela a profecia do rei africano Fatumbi, prestes a acontecer, acompanhado da voz ancestral de Akotirene, do corpo resistente e ágil de Nizinga e dos tambores e instrumentos de percussão do Mestre Kandelê. Um convite para voltar ao passado e buscar respostas importantes a refletir neste impactante espetáculo, com direção de Mawusi Tulani! A censura é livre.
“É para a família inteira. Então leve suas crianças e ajude os seus jovens a se prepararem para o futuro e a destruírem o auto-ódio”, convida o artista André D’Lucca, que é produtor e autor do texto, onde interpreta o rei Fatumbi.
No elenco, a atriz Débora Fernanda traz a capoeira e o corpo ancestral para dar vida à soberana rainha Nizinga Mbandi (1583–1663), no território da atual Angola, onde por lá aparece como heroína nacional, em uma personificação da luta anticolonial.
A cantora Ana Cacimba, que é sucesso por sua voz mágica, revela o canto de Akotirene com os tambores e instrumentos do percussionista Mestre Kandelê, em um rico cenário e figurino produzido por Jean Guaré, iluminação de Dener Moreira, fotografia de Fábio Motta e arte visual de Fernanda Fernandes.
O espetáculo é impactante, pois mergulha nas profundezas da herança africana, repleta de saberes ancestrais, mitologias fascinantes, tradições enraizadas, e revela várias pessoas negras que mudaram o rumo da história do Brasil. Uma experiência teatral única, repleta de cores, ritmos e emoções.
O QUE O PÚBLICO VERÁ
O público vai conhecer a história do rei Fatumbi no alge dos seus cinco mil anos, onde revela uma profecia que está para acontecer em 2025, como um alarde para que acordem de um longo pesadelo, e que vai acontecendo diante da plateia.
Também, figuras histórias esquecidas como Imhotep (Imotepe), um gênio da humanidade, por ser o verdadeiro pai da medicina e criador e arquiteto da primeira pirâmide de degraus do Egito. A rainha Amanirenas, uma mulher retinta, que comandou na linha de frente um exército que derrotou o oponente romano, considerado pelo maior poder bélico do planeta, na época.
Traz a conterrânea poetisa Luciene Carvalho, primeira mulher negra imortal da Academia Mato-grossense de Letras e a primeira mulher negra presidente de uma Academia de Letras em toda história do Brasil. Além das figuras históricas Rosa Parks, Rei Galanga do Congo, Dragão do Mar e Tereza de Benguela.
Cada cena é importante, pois transporta para um universo rico em simbolismo e significado. “Entre danças hipnotizantes, cantos ancestrais e narrativas poderosas, somos lembrados da importância de honrar e preservar nossas raízes, como um ato de amor e respeito por aqueles que vieram antes de nós. Um espetáculo com o objetivo de despertar os irmãos negros e conscientizar os irmãos brancos”, ressalta André D’Lucca, artista cuiabano renomado no Estado de Mato Grosso.
ANDRÉ D’LUCCA
Há quase dois anos em São Paulo, faz sucesso em sua página do Instagram @atorandredlucca, com mais 629 mil seguidores, por tratar seriamente o letramento racial, no intuito de desconstruir formas de pensar e agir naturalizadas e normalizadas socialmente, em relação a pessoas negras e pessoas brancas. André D’Lucca estuda o letramento racial e compartilha o conteúdo que viraliza na internet.
LETRAMENTO RACIAL
Portanto, o espetáculo vai fazer o público pensar fora da caixa, em olhar para trás, recuperar o que foi perdido, e olhar para frente, com esperança e determinação.
Será uma viagem inesquecível ao coração da África, onde a magia do teatro encontra a sabedoria dos ancestrais, com direção de Mawusi Tulani, que também é atriz e esteve junto com D’Lucca no Grupo Vertigem. Ela já realizou diversos trabalhos importantes no cenário brasileiro, entre peças teatrais e produções de audiovisual e faz parte da retomada dos teatros negros paulistanos, dos últimos 20 anos
O QUE É SANKOFA
D’Lucca explica que Sankofa é um símbolo Adinkra, presente em muito portões brasileiros e que as pessoas, possivelmente, não sabem o significado. Os símbolos adinkras são escritas africanas e ancestrais, onde o público descobrirá no espetáculo onde é convidado a refletir junto ao artista.
SERVIÇO
O espetáculo será realizado nos dias 10, 11 e 12 de julho, às 20h, e no domingo (13), às 19h, no Espaço Parlapatões. Os ingressos podem ser adquiridos pelo link https://bileto.sympla.com.br/event/106421/d/318872/s/2175762, ou na bilheteria do local, entre R$ 80 e R$ 40, meia entrada.