Motoristas de Mato Grosso vão experimentar uma mudança no modelo de concessão de rodovias: a cobrança de pedágio será feita de forma digital, sem a necessidade de parar o veículo. A inovação está prevista nos três novos contratos assinados nesta segunda-feira (1º), que transferem 964,5 quilômetros de estradas estaduais para a iniciativa privada.
Mato Grosso passa a ter 2.381 km de rodovias concedidas – Foto: Christiano Antonucci/Secom – MT
O investimento previsto é de R$ 3,6 bilhões ao longo de 30 anos, destinados a manutenção, ampliação e adaptação da malha viária. Com esses contratos, Mato Grosso passa a ter 2.381 km de rodovias concedidas.
Pedágio sem parar e pesagem automática
O novo modelo prevê não apenas a cobrança eletrônica de pedágio, mas também balanças automatizadas que farão a pesagem dos veículos de carga em movimento. A tecnologia promete reduzir filas, aumentar a fluidez do tráfego e modernizar a experiência dos usuários.
Contratos de concessão de rodovias – Foto: Mayke Toscano/Secom-MT
Outra novidade é a inclusão de cláusulas sobre adaptação climática das rodovias, exigindo soluções para enfrentar os impactos das mudanças do clima, como períodos de chuva intensa e estiagem. Esse item já foi reconhecido pela ONU como referência em contratos de concessão.
De acordo com os contratos, os primeiros 12 meses serão dedicados a obras iniciais obrigatórias em cada lote. Somente após a conclusão dessas etapas a cobrança das tarifas será autorizada. A medida busca garantir melhorias visíveis ao usuário antes do início do pedágio digital.
Trechos concedidos
Os três lotes assinados abrangem regiões produtoras importantes e interligam municípios do norte, médio-norte e leste de Mato Grosso:
Expansão da malha concedida
Desde 2019, o governo estadual afirma ter asfaltado quase 6 mil km e entregue mais de 220 pontes de concreto. Com a entrada da iniciativa privada em novos trechos, a expectativa é de que o Estado possa direcionar recursos para abertura de novas estradas, enquanto as concessionárias assumem a responsabilidade pela manutenção das vias já existentes.