Cáceres integra pesquisa inédita na América do Sul
Por Portal Transparência e redação Diário de Cáceres
14/03/2013 - 14:40
Uma reunião que está acontecendo nesta tarde no auditório do Hospital Regional entre a Secretaria Municipal de Saúde e escolas do município tem o objetivo de capacitar as escolas para desenvolver uma campanha que irá atender adolescentes e crianças, na faixa dos cinco aos 14 anos. Todos receberão vermífugos. A campanha está acontecendo em cinco diferentes regiões do Brasil. Conheça o trabalho que vem sendo realizado pelo Ministério da Saúde e universidades, entre elas a UNEMAT:
Um grupo de estudantes da Universidade do Estado do Mato Grosso (Unemat), liderado pelo professor Antônio Francisco Malheiros, esteve na Área de Medicina Veterinária da Seda, na quinta-feira, 21 de fevereiro, coletando amostras de fezes de cães para uma pesquisa inédita na América do Sul. Feita com o apoio do Ministério da Saúde, da Universidade de São Paulo (USP) e do instituto dinamarquês Suresun, o estudo denomina-se “Biodiversidade de Geo-helmintos em amostras fecais de moradores provenientes das cinco regiões brasileiras”. Antes, detalhes do estudo foram apresentados ao prefeito José Fortunati e aos secretários da Seda de Porto Alegre, Regina Becker, e de Recife, Rodrigo Vidal.
“Ainda que tenham ocorrido avanços no tratamento e no diagnóstico nos últimos anos, a infecção intestinal continua sendo um significante problema de saúde pública. Além disso, as ações de controle apresentam restrições frente à infraestrutura de saneamento básico, bem como pela falta de projetos educacionais, uma vez que as crianças em idade escolar são comumente acometidas por parasitas, dentre eles os geohelmintos”, disse Malheiros, coordenador da pesquisa.
Segundo ele, as fezes caninas são um ponto forte da investigação para saber se existe algum potencial zoonótico neste parasita intestinal, ou seja, se a doença pode ser transmitida do animal ao homem.
Geohelmintíases são infecções causadas por helmintos com parte de sua evolução no solo, muito comuns entre crianças que vivem em regiões com menores condições socioeconômicas, desprovidas de infraestrutura sanitária e carência de alimentos. O seu impacto na morbidade e mortalidade é mais grave em populações desnutridas.
Suas complicações levam a perfuração intestinal, colecistite, colelitíase, pancreatite aguda, abcesso hepático, anemia, hipoproteinemia, podendo evoluir para insuficiência cardíaca e anasarca. Na ancilostomíase, a migração da larva através dos pulmões pode causar hemorragia e pneumonite.
O estudo será realizado em 14 capitais e 35 municípios onde predominam os biomas brasileiros. Além de Porto Alegre, os pesquisadores visitarão Santa Maria, Santana do Livramento e Uruguaiana. Malheiros organizou quatro equipes que, com o auxílio dos agentes de saúde municipais, farão a coleta de material fecal de 100 crianças entre 5 a 15 anos de idade e 100 de adultos. Dados demográficos, como sexo e idade, também serão considerados durante os trabalhos de coleta do material fecal.
A expectativa do coordenador é entregar o resultado da pesquisa ainda este ano ao Ministério da Saúde, que dará início à campanha de tratamento das geo-helmintíases em conjunto com os municípios envolvidos na pesquisa.
Estados abrangidos pela pesquisa
Região Norte: Amazonas e Pará
Pará - 3 Belém, 4-Santarém
Região Nordeste: Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte
Região Sudeste: Minas Gerais e São Paulo
Região Sul: Paraná e Rio Grande do Sul
Região Centro-Oeste: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul