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Pastorello critica comissão para fiscalizar rodoviária de Cáceres: 'Canhão para matar uma formiga'
Por Assessoria
21/10/2025 - 17:07

Foto: reprodução

Após anos de cobranças do vereador e de outros parlamentares, Prefeitura de Cáceres finalmente institui grupo para avaliar contrato de concessão do terminal, um “cartão postal negativo” da cidade.

 

 Em um vídeo gravado em frente ao Terminal Rodoviário José Palmiro da Silva e publicado em suas redes sociais, o vereador Cézare Pastorello (PT) comunicou à população um passo decisivo na longa luta por um local mais digno: a criação, após 21 anos, de uma comissão para fiscalizar o contrato de concessão do espaço. A medida surge depois de inúmeras denúncias e requerimentos feitos por ele e por outros vereadores sobre o estado de abandono do terminal.

No vídeo, Pastorello relata a publicação da Portaria nº 715, que institui a comissão, mas não sem uma dose de ironia, fruto da longa espera. Segundo ele, a comissão é como usar “um canhão para matar uma formiga”, pois os técnicos competentes que a compõem irão apenas oficializar o que todos os cacerenses já sabem: o terminal não possui as licenças, alvarás e a estrutura mínima para funcionar adequadamente.

A situação do terminal rodoviário é uma pauta antiga e coletiva na Câmara Municipal. Vereadores de diversos partidos têm, ao longo do tempo, criticado as condições do local. Requerimentos cobrando alvarás de funcionamento e relatórios da vigilância sanitária foram pautas recentes, unindo os parlamentares na cobrança por providências. “A Rodoviária de Cáceres não é só feia, é suja. Causa vergonha a nós, cacerenses”, afirmou Pastorello, num sentimento compartilhado pela população.

A criação da comissão é um reflexo direto da insistência do legislativo. Em maio de 2023, Pastorello, com apoio de outros vereadores, protocolou um requerimento exigindo o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) do terminal. A resposta da prefeitura demorou mais de um ano e, em agosto de 2024, apenas informou que a empresa concessionária seria notificada para apresentar o plano em 30 dias.
Como o prazo não foi cumprido, Pastorello voltou à carga em março de 2025, questionando quais providências haviam sido tomadas. A resposta, mais uma vez, foi protelatória: a prefeitura pediu mais tempo para responder.

Essa sucessão de atrasos e respostas evasivas motivou a contínua pressão do vereador e de seus colegas na Câmara.

A comissão recém-formada tem a tarefa de elaborar um diagnóstico oficial sobre as irregularidades da concessão. O relatório que será produzido servirá como base para que o município tome as medidas legais cabíveis contra a concessionária.

“Constatado o óbvio”, explicou Pastorello em seu vídeo, “quem sabe, com isso e com a cobrança da sociedade e a nossa cobrança, a gente consiga ter pelo menos uma rodoviária decente”.

A instituição da comissão é uma pequena vitória, mas representa a força da fiscalização contínua do poder legislativo. A expectativa de Pastorello e dos demais vereadores é que este seja o início de uma solução definitiva para um problema que há duas décadas envergonha Cáceres. A cobrança, garantem, vai continuar.

 

 

 

 

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